Segundo alguma imprensa de hoje o MEC irá mesmo avançar com a realização de um exame de acesso à profissão para os professores. A ideia não é nova e traduzirá a desconfiança sobre a formação de professores, curiosamente também sob tutela do estado. Dito de outra maneira, traduz a incompetência e negligência da regulação a que a tutela estaria obrigada.
Com a mesma lógica de análise e dada importância fundamental da qualidade do seu exercício, também a formação dos políticos merece uma enorme preocupação. Assim, parece-me imprescindível os candidatos sejam submetidos a um exame de ingresso na carreira para garantir, tal como se pretende com os professores, que apenas os melhores tenham acesso ao desempenho profissional.
De forma desinteressada, apenas com genuíno espírito de colaboração, sugiro que os candidatos possam responder a três provas com a estrutura seguinte, paralela à que em tempos foi sugerida para os professores.
Exame escrito de Língua Portuguesa avaliando o “domínio escrito da L.P. tanto do ponto de vista da morfologia e da sintaxe, como da clareza de exposição” e organização de ideias, além da “capacidade de raciocínio lógico”.
Exame escrito de competências técnicas e científicas envolvendo, entre outros conteúdos: capacidade de elaboração de promessas a partir de um tema, capacidade de comentar demagogicamente um texto, elaborar cinco opiniões diferentes a partir de um facto, citar, de forma organizada, dois nomes reconhecidos na área económica, cultural e política, etc.
Exame oral envolvendo o domínio de uma língua estrangeira para além do “portunhol”, elaboração de uma apresentação em “powerpoint” em três versões sobre um tema e, finalmente, defender uma ideia e o seu contrário no tempo limite de cinco minutos com "pose de estado", seja lá isso o que for.
Se por acaso acontecessem muitos “chumbos”, o que eu não acredito, os reprovados teriam acesso directo ao Programa Novas Oportunidades.
Creio que teríamos basicamente a mesma classe política mas, dado fundamental, com Diploma de qualidade. A sério.
2 comentários:
Deve ser já da hora avançada, mas não resisto a comentar esta entrada no blogue: proponho que a par da prova teória, que tão brilhantemente esboçou em traços gerais, seja também feita outra prática, ou então à maneira de um psicosomático que avalie, entre outros aspectos, a capacidade de agradar ao chefe do momento, de se ser desprovido de opinião própria e saber alterá-la consoante o chefe. Serão igualmente desejaveis pessoas inseguras, com uma enorme vontade de pertencerem a algo, a algum grupo, para que assim completem a sua identidade. Daqui resulta a procura de personalidades fracas e altamente maleáveis sendo qualquer evidência de independência ou actividade cerebral de descartar. Só assim se explica que 230 pessoas aceitem passar 5 anos a votar de cruz, afinal não é este acto em si um enorme atestado de...
Dúvido que o teste escrito que propõe venham alguma vez a ser adoptado. Porém, aquele de que falo acima consta que já é norma em todos os partidos há muitos anos.
Este, já entendo melhor
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