Os resultados das legislativas
não podiam deixar de se repercutir, evidentemente, no processo relativo às presidenciais.
No lado direito do espectro o
famoso “entertainer político” também conhecido por Professor Marcelo já se está posicionar
para a muito curto prazo assumir o que obviamente já estava escrito nas
estrelas, vai ser candidato. Rui Rio que chegou a ter esperança parece fora
da corrida e fica de reserva, provavelmente, para a liderança do PSD no pós-Passos Coelho.
Mas no lado esquerdo as coisas
parecem bem mais complicadas.
A derrota eleitoral do PS deixa
António Costa fragilizado face aos barões e aparelho do partido.
É sabido que Sampaio da Nóvoa
tinha o apoio implícito de António Costa quando há meses lançou a sua candidatura
às presidenciais.
Entretanto, no âmbito dos ajustes
de conta internos foi lançada a candidatura de Maria de Belém que como bem
afirmou Henrique Neto, outro candidato presidencial da área do PS, se
caracteriza por “entrar calada e sair silenciosa” em tudo o que tem sido a sua
actividade política. Esta candidatura é, no mínimo, cinzenta e inócua.
Não estão em causa as qualidades
pessoais ou a simpatia de Maria de Belém. Muito menos considero que opiniões
contra esta candidatura traduzam, como demagogicamente Manuel Alegre afirmou, a
existência de "preconceitos machistas ou sexistas". A coisa é mais
simples, trata-se da irrelevância política de Maria de Belém de que se não
conhece um qualquer conjunto de ideias para e sobre o país.
Curiosamente mas não por acaso,
já foram divulgadas sondagens que começam a fazer o caminho de “fabricar” as
candidaturas convenientes. As notícias hoje divulgadas referindo a possibilidade do PS não apoiar nenhuma das candidaturas parece-me algo de inaceitável e um tiro no pé. Um partido como o PS não pode "não ir a jogo" em eleições presidencias e reservar-se por cobardia política e jogos de poder interno para uma decsão de circunstância numa segunda a volta que muito provavelmente nem haverá dada o presente oferecido a Marcelo Rebelo de Sousa.
A candidatura de Maria de Belém tornará,
evidentemente, as eleições presidenciais um passeio tranquilo para Marcelo
Rebelo de Sousa e serve com é reconhecido os interesses da coligação que se
prepara para continuar a governar o país com o desgoverno para as pessoas que
temos sofrido.
Neste cenário, apesar da maior
dificuldade criada pois não é garantido que António Costa consiga “impor” ao
partido o apoio a Sampaio da Nóvoa, esta candidatura torna-se ainda mais
importante e necessária.
É fundamental, do meu ponto de
vista, que no actual contexto político, não continuemos a ter em Belém alguém que
construa e alimente cumplicidades com as políticas que a maioria do povo que
votou a 4 de Outubro não subscreve, como será Marcelo Rebelo de Sousa.
Este alguém só pode ser Sampaio
da Nóvoa. É um homem não hipotecado às lutas e equilíbrios da partidocracia e representa
seguramente um reforço da cidadania e de uma visão humanista na Presidência da
República. É um homem , que dentro das competências constitucionais, pode ser a voz de todos os portugueses, em particular dos que têm menos voz.
Será difícil, aliás, penso que
está mais difícil, mas mais necessário que nunca pelo que terá de ser possível.
2 comentários:
Muito bem escrito e pensado. Gostei.
Muito bem escrito e pensado. Gostei.
Enviar um comentário