No DN encontram-se dois bons
exemplos da ligeireza, para ser simpático, e consequentes efeitos de algumas
decisões em matéria de política educativa.
Uma primeira referência para a
situação de muitos alunos do 1º ciclo, o MEC não quantifica, que têm aulas só uma parte do dia. As escolas têm que funcionar em dois turnos por falta de
capacidade para acomodar mais turmas em simultâneo. As direcções escolares
sentem a maior das dificuldades em proporcionar as estas crianças a mesma
qualidade de resposta educativa que aos alunos que frequentam em regime normal,
por assim dizer.
A segunda situação tem contornos
diferentes mas também decorre da política de fechamento de escolas, de redução
de custos, corte em docentes e do aumento do número de alunos por turma.
De facto, são muitíssimo
frequentes as situações de turmas, também no 1º ciclo, que possuem mais do que
um ano de escolaridade. A questão só por si pode não ser um problema ingerível
se o número de alunos for razoável e existirem apoios a alunos e professores o
que, lamentavelmente, está longe de se verificar, as turmas são grandes e faltam
os apoios.
Em algumas destas turmas que
envolvem alunos do 3º e 4º ano acontece que os alunos do 3º ano têm Inglês como
conteúdo obrigatório do currículo (uma boa medida) e com avaliação que
influencia a avaliação final do ciclo em termos muito discutíveis no quadro
global da avaliação externa. Na mesma turma os alunos que são do 4º ano têm
Inglês como Actividade de Enriquecimento Curricular e não estão sujeitos ao
dispositivo de avaliação dos seus colegas de turma mas que são do 3º ano.
Como é previsível, mais uma vez
as escolas têm que inventar soluções para problemas que a ligeireza e incompetência
de parte da política educativa criam e dos quais os responsáveis… dizem nada.
Deve ser a isto que chamam
autonomia das escolas.
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