Grupo Amorim pagou 3,7 milhões para evitar acusação de fraude fiscal
Nada de surpreendente.
Lamentavelmente estas notícias já são lidas por nós sem um sobressalto.
Na verdade, a roda livre de
impunidade e incumprimento dos mais elementares princípios éticos quando não da
lei, produziu nas últimas décadas uma família alargada que, à sombra dos
aparelhos partidários e através de percursos políticos, se movimentam num tráfego
intenso entre cargos, entidades e empresas públicas e entidades privadas,
promovendo frequentemente negócios que nos insultam.
Esta família alargada envolve
gente de vários quadrantes sociais e políticos com uma característica comum, os
negócios, alguns obscuros, de natureza multifacetada e de escala variável,
desde o jeitinho para o emprego para o amigo até aos negócios de muitos
milhões.
Acontece ainda e isto tem tido
efeitos devastadores que muitos dos negócios que esta família vai realizando
envolve com frequência dinheiros públicos e com pesados encargos para os
contribuintes.
Esta família conta ainda com a
cooperação de um sistema de justiça talhado à sua medida pelo que raramente se
assiste a alguma consequência decorrente dos negócios da família.
Curiosamente mas sem surpresa,
todos os membros desta família, quando questionados sobre os seus negócios ou
envolvimento em algo, afirmam, invariavelmente que tudo é feito tudo dentro da
lei, nada de incorrecto e, portanto, estão sempre de consciência tranquila.
Veja-se este novo episódio,
cometem um crime, pagam o dinheirinho e não acontece mais nada. Para a próxima
terão cuidados redobrados e coisa compõe-se.
Alguém poderia explicar a esta
gente que, primeiro, não somos parvos e, segundo, o que quer dizer consciência.
Esta é a pantanosa pátria nossa
amada.
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