O Parlamento não está preparado para ele
Este é o título de um trabalho na Visão sobre as dificuldades que Jorge Falcato, deputado eleito pelo BE e com mobilidade reduzida, desloca-se em cadeira de rodas, enfrenta para se deslocar e trabalhar num espaço que manifestamente não foi pensado em matéria de acessibilidade para pessoas com este tipo de problemas. Estranho seria que o tivesse sido.
Nada de novo, certamente, na vida do Jorge Falcato.
A vida de muitas pessoas com deficiência é uma constante e infindável prova de
obstáculos, muitas vezes intransponíveis, que diminuem os seus direitos e ampliam de forma inaceitável a
limitação na mobilidade e funcionalidade que a sua condição, só por si, pode implicar.
Como também é reconhecido,
existem muitas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência,
designadamente educação, apoios sociais, qualificação profissional e emprego,
em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são elevados traduzido, por
exemplo, em taxas de desemprego entre pessoas com deficiência muitíssimo
superiores às verificadas na população sem deficiência.
Também por isto tudo e como já
afirmei, é muito importante a presença de Jorge Falcato no Parlamento e que faça
ouvir a sua voz, a voz de muitos milhares de cidadãos que se ouve pouco. A voz
das minorias é sempre muito baixa, mal se consegue fazer ouvir.
Muitas vezes afirmo que os níveis
de desenvolvimento das comunidades também se aferem pela forma como lidam com
as minorias e as suas problemáticas.
No entanto, também nesta matéria
sopram ventos adversos.
Importa finalmente sublinhar que
os direitos fundamentais não são variáveis em função de contextos ou
hipotecados às oscilações de conjuntura.
Muito já se conseguiu, muito já
se mudou.
Está ainda quase tudo para fazer.
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