terça-feira, 27 de outubro de 2015

A ESCOLHA ACERTADA

Sempre que estamos perante um novo ciclo político emerge uma questão natural, qual a composição do Governo deste novo ciclo político. Também agora se coloca a questão apesar das especificidades do momento actual.
São muitas as dúvidas sobre a longevidade do Governo hoje anunciado que, aparentemente, verá o seu Orçamento e Programa chumbados por uma maioria parlamentar emergente das eleições de 4 de Outubro. A ver vamos.
No entanto e neste momento é este o Governo que conhecemos e que será apresentado. Como me parece claro a questão essencial não é tanto a composição mas as políticas que se colocarão em prática.
Do Governo hoje anunciado não são expectáveis mudanças nas políticas seguidas, todos os discursos insistem no TINA – There Is No Alternative. A utilização deste argumento, intimidatório, é velha, tem uma longa tradição, ou é assim ou é o caos. Pretende criar e induzir o medo e a convicção de que não existe qualquer outro rumo que não o por si traçado.
Existem alternativas, sabemos todos que existem alternativas, que são exequíveis, que são respeitadoras dos compromissos internacionais e da necessidade de equilíbrios orçamentais mas sobretudo, é essa a questão essencial, respeitadoras da dignidade das pessoas.
Esperemos que se afirme a alternativa.
Entretanto e na área que mais acompanho, a Educação, surge a indigitação de Margarida Mano, pertencente aos quadros da Universidade de Coimbra, na Faculdade de Economia e em funções de gestão universitária.
Não estarão, evidentemente, em causa qualidades pessoais, mas o currículo e conhecimento do sector em que se irá responsabilizar pelas políticas a desenvolver.
Deste ponto de vista, parece-me que a escolha de Margarida Mano como Ministra da Educação é, como costuma afirmar a DECO na análise de produtos ou bens, a “escolha acertada”. Veja-se a nota curricular que consta na página da Universidade.
É relevante um Doutoramento em Gestão com interesses científicos em Gestão Estratégica, Qualidade na Administração Pública e Modelos de Governação na Educação Tem ainda experiência no sector privado, funções de direcção da banca e na gestão universitária.
Parece-me clara a adequação curricular. Dado que a política educativa de Nuno Crato se transformou quase que exclusivamente em Política Contabilística a escolha de Margarida Mano parece adequar-se na perfeição à continuidade desta política.
Veremos os desenvolvimentos no próximo capítulo, ou seja, a discussão no Parlamento.
Uma nota final sobre Nuno Crato, tal como aconteceu com a passagem de Maria de Lourdes Rodrigues pela 5 de Outubro a história da educação em Portugal não o absolverá.
Recordo, de novo, uma expressão muito utilizada por uma figura muito querida da tribo familiar, o Velho Tio Matosa um homem bom que já não está connosco, quando alguém menos apreciado partia sempre dizia, “olha, leva muitas saudades que é coisa que cá não deixas".

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