Sempre que estamos perante um
novo ciclo político emerge uma questão natural, qual a composição do Governo
deste novo ciclo político. Também agora se coloca a questão apesar das
especificidades do momento actual.
São muitas as dúvidas sobre a
longevidade do Governo hoje anunciado que, aparentemente, verá o seu Orçamento
e Programa chumbados por uma maioria parlamentar emergente das eleições de 4 de
Outubro. A ver vamos.
No entanto e neste momento é este
o Governo que conhecemos e que será apresentado. Como me parece claro a questão
essencial não é tanto a composição mas as políticas que se colocarão em
prática.
Do Governo hoje anunciado não são
expectáveis mudanças nas políticas seguidas, todos os discursos insistem no
TINA – There Is No Alternative. A utilização deste argumento, intimidatório, é
velha, tem uma longa tradição, ou é assim ou é o caos. Pretende criar e induzir
o medo e a convicção de que não existe qualquer outro rumo que não o por si
traçado.
Existem alternativas, sabemos
todos que existem alternativas, que são exequíveis, que são respeitadoras dos
compromissos internacionais e da necessidade de equilíbrios orçamentais mas
sobretudo, é essa a questão essencial, respeitadoras da dignidade das pessoas.
Esperemos que se afirme a
alternativa.
Entretanto e na área que mais
acompanho, a Educação, surge a indigitação de Margarida Mano, pertencente aos
quadros da Universidade de Coimbra, na Faculdade de Economia e em funções de
gestão universitária.
Não estarão, evidentemente, em
causa qualidades pessoais, mas o currículo e conhecimento do sector em que se
irá responsabilizar pelas políticas a desenvolver.
Deste ponto de vista, parece-me
que a escolha de Margarida Mano como Ministra da Educação é, como costuma
afirmar a DECO na análise de produtos ou bens, a “escolha acertada”. Veja-se a
nota curricular que consta na página da Universidade.
É relevante um Doutoramento em Gestão
com interesses científicos em Gestão Estratégica, Qualidade na Administração
Pública e Modelos de Governação na Educação Tem ainda experiência no sector
privado, funções de direcção da banca e na gestão universitária.
Parece-me clara a adequação
curricular. Dado que a política educativa de Nuno Crato se transformou quase
que exclusivamente em Política Contabilística a escolha de Margarida Mano
parece adequar-se na perfeição à continuidade desta política.
Veremos os desenvolvimentos no
próximo capítulo, ou seja, a discussão no Parlamento.
Uma nota final sobre Nuno Crato,
tal como aconteceu com a passagem de Maria de Lourdes Rodrigues pela 5 de Outubro
a história da educação em Portugal não o absolverá.
Recordo, de novo, uma expressão
muito utilizada por uma figura muito querida da tribo familiar, o Velho Tio Matosa
um homem bom que já não está connosco, quando alguém menos apreciado partia
sempre dizia, “olha, leva muitas saudades que é coisa que cá não deixas".
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