terça-feira, 6 de outubro de 2015

SEXUALIDADE E DEFICIÊNCIA

Julgo ser fundamental a visibilidade destas matérias. Recordo as iniciativas do movimento, Sim, Nós Fodemos, que se bate por desmistificar a sexualidade nas pessoas com deficiência e que organizou uma Conferência sobre este universo que se realizou no Porto em Fevereiro deste ano-
Na verdade, estes passos podem ser importantes no sentido de desfazer um enorme equívoco, sexualidade na deficiência não é a mesma coisa que deficiência na sexualidade.
A experiência e alguns estudos dizem-me que este equívoco está também presente em discursos e atitudes de famílias e técnicos para além da comunidade em geral.
É uma questão complexa, no caso das pessoas com deficiência cognitiva mais severa pode colocar-se a questão da auto-determinação e do risco de abuso, por exemplo, sendo muito contaminada pelos valores do indivíduos, dos técnicos e das famílias incluindo, naturalmente, as das pessoas com deficiência, quer relativos à sexualidade, quer relativos à vida e direitos das pessoas com deficiência. Aliás, com demasiada frequência parece esquecer-se que muitos dos problemas que as pessoas com deficiência e as suas famílias sentem, não são matérias de opção, são matéria de direitos.
Acresce ainda que em muitas circunstâncias é uma matéria da qual "se foge" pois subsistem as dúvidas sobre o que pensar, como agir ou atitudes a adoptar.
Neste contexto, a Conferência realizada no Porto e o trabalho do Público são peças que ajudam a reflectir e a mudar.

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