Julgo ser fundamental a
visibilidade destas matérias. Recordo as iniciativas do movimento, Sim, Nós
Fodemos, que se bate por desmistificar a sexualidade nas pessoas com
deficiência e que organizou uma Conferência sobre este universo que se realizou
no Porto em Fevereiro deste ano-
Na verdade, estes passos podem
ser importantes no sentido de desfazer um enorme equívoco, sexualidade na
deficiência não é a mesma coisa que deficiência na sexualidade.
A experiência e alguns estudos
dizem-me que este equívoco está também presente em discursos e atitudes de
famílias e técnicos para além da comunidade em geral.
É uma questão complexa, no caso
das pessoas com deficiência cognitiva mais severa pode colocar-se a questão da
auto-determinação e do risco de abuso, por exemplo, sendo muito contaminada
pelos valores do indivíduos, dos técnicos e das famílias incluindo, naturalmente,
as das pessoas com deficiência, quer relativos à sexualidade, quer relativos à
vida e direitos das pessoas com deficiência. Aliás, com demasiada frequência
parece esquecer-se que muitos dos problemas que as pessoas com deficiência e as
suas famílias sentem, não são matérias de opção, são matéria de direitos.
Acresce ainda que em muitas
circunstâncias é uma matéria da qual "se foge" pois subsistem as
dúvidas sobre o que pensar, como agir ou atitudes a adoptar.
Neste contexto, a Conferência
realizada no Porto e o trabalho do Público são peças que ajudam a reflectir e a
mudar.
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