Sendo certo que importa
racionalizar custos e optimizar recursos combatendo desperdício e ineficácia, o
caminho que temos vindo a percorrer é justamente o contrário, o desinvestimento
na educação, do básico ao superior com custos que o futuro se encarregará de
evidenciar.
Está estudada e reconhecida de há
muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e investigação e
o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e
produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas,
qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Como em quase tudo é uma questão
de escolhas e prioridades de quem lidera. O empobrecimento e o desinvestimento
em educação nunca poderão ser factores de desenvolvimento.
Recordo que numa intervenção no
Conselho Nacional de Educação Passos Coelho afirmou através de uma linguagem
sofisticada não querer "alimentar a salsicha educativa", a eficácia
dos investimentos em educação e no seu alargamento pelo que corta severamente
nesse investimento, veja-se a variação no PIB.
Aprendeu com Nuno Crato a ideia
de que se cortar na educação a qualidade sobe. Lembram-se certamente da
afirmação de Nuno Crato sobre as universidades e politécnicos que estão a
"funcionar melhor" depois de terem sofrido cortes substantivos. Na
altura sugeri que alguém lhe recordasse a história do burro do inglês para ver
se evitamos a implosão prometida nos tempos de opinador.
Conclui-se, portanto, que estamos
no caminho certo.
Errado, não estamos no caminho
certo.
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