terça-feira, 6 de outubro de 2015

AS LEGISLATIVAS E AS PRESIDENCIAIS

Os resultados das legislativas não podiam deixar de se repercutir, evidentemente, no processo relativo às presidenciais.
No lado direito do espectro o famoso “entertainer político” também conhecido por Professor Marcelo já se está posicionar para a muito curto prazo assumir o que obviamente já estava escrito nas estrelas, vai ser candidato. Rui Rio que chegou a ter esperança parece fora da corrida e fica de reserva, provavelmente, para a liderança do PSD no pós-Passos Coelho.
Mas no lado esquerdo as coisas parecem bem mais complicadas.
A derrota eleitoral do PS deixa António Costa fragilizado face aos barões e aparelho do partido.
É sabido que Sampaio da Nóvoa tinha o apoio implícito de António Costa quando há meses lançou a sua candidatura às presidenciais.
Entretanto, no âmbito dos ajustes de conta internos foi lançada a candidatura de Maria de Belém que como bem afirmou Henrique Neto, outro candidato presidencial da área do PS, se caracteriza por “entrar calada e sair silenciosa” em tudo o que tem sido a sua actividade política. Esta candidatura é, no mínimo, cinzenta e inócua.
Não estão em causa as qualidades pessoais ou a simpatia de Maria de Belém. Muito menos considero que opiniões contra esta candidatura traduzam, como demagogicamente Manuel Alegre afirmou, a existência de "preconceitos machistas ou sexistas". A coisa é mais simples, trata-se da irrelevância política de Maria de Belém de que se não conhece um qualquer conjunto de ideias para e sobre o país.
Curiosamente mas não por acaso, já foram divulgadas sondagens que começam a fazer o caminho de “fabricar” as candidaturas convenientes. As notícias hoje divulgadas referindo a possibilidade do PS não apoiar nenhuma das candidaturas parece-me algo de inaceitável e um tiro no pé. Um partido como o PS não pode "não ir a jogo" em eleições presidencias e reservar-se por cobardia política e jogos de poder interno para uma decsão de circunstância numa segunda a volta que muito provavelmente nem haverá dada o presente oferecido a Marcelo Rebelo de Sousa.
A candidatura de Maria de Belém tornará, evidentemente, as eleições presidenciais um passeio tranquilo para Marcelo Rebelo de Sousa e serve com é reconhecido os interesses da coligação que se prepara para continuar a governar o país com o desgoverno para as pessoas que temos sofrido. 
Neste cenário, apesar da maior dificuldade criada pois não é garantido que António Costa consiga “impor” ao partido o apoio a Sampaio da Nóvoa, esta candidatura torna-se ainda mais importante e necessária. 
É fundamental, do meu ponto de vista, que no actual contexto político, não continuemos a ter em Belém alguém que construa e alimente cumplicidades com as políticas que a maioria do povo que votou a 4 de Outubro não subscreve, como será Marcelo Rebelo de Sousa. 
Este alguém só pode ser Sampaio da Nóvoa. É um homem não hipotecado às lutas e equilíbrios da partidocracia e representa seguramente um reforço da cidadania e de uma visão humanista na Presidência da República. É um homem, que dentro das competências constitucionais, pode ser a voz de todos os portugueses, em particular dos que têm menos voz.
Será difícil, aliás, penso que está mais difícil, mas mais necessário que nunca pelo que terá de ser possível.

2 comentários:

jose luis covita disse...

Muito bem escrito e pensado. Gostei.

jose luis covita disse...

Muito bem escrito e pensado. Gostei.