"Nunca os impostos tiraram tanto rendimento disponível às famílias"
Ao que nos vão dizendo, está a correr muito bem a ideia de
oferecer benefícios ficais em Portugal a pessoal estrangeiro, no
activo ou reformados. O público alvo está a aderir e espera-se que, como dizia
o Paulo Futre, charters cheios de gente aterrem nos nossos aeroportos à procura
do paraíso fiscal, nós recebemo-los no inferno ... fiscal. Deve estar certo.
É uma matéria certamente difícil para um cidadão normal, mas
não percebo bem como se esmaga as famílias portuguesas até ao limite com uma
carga brutal de impostos e se arranjam umas “baldas” fiscais muito simpáticas
para estrangeiros qualificados e reformados.
Mas é mesmo uma orientação séria e assumida, ainda há pouco
tempo o Geniozinho Pedro Lomba, Secretário de Estado Adjunto do Génio Poiares
Maduro, Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, propôs atribuir ao
Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural a função de
aliciar estrangeiros "de elevado potencial" a vir para Portugal,
incluindo estudantes e reformados.
Na verdade é melhor esquecer os muitos milhares de pessoas,
sobretudo jovens e muito qualificados que têm partido por não vislumbrarem
futuro em Portugal. Aliás, a recente decisão relativa ao financiamento de
bolsas de doutoramento e pós-doutoramento vai, certamente, empurrar para fora
do país mais uns milhares de jovens altamente qualificados o que tem impactos
fortíssimos em termos de economia e desenvolvimento. Nada de relevante, não
fazem cá falta, seduzem-se uns quantos estrangeiros ricos.
O investimento é na atribuição de baldas fiscais a
estrangeiros, não é estruturar regimes fiscais, envolvendo impostos directos ou
indirectos, mais simpáticos para as famílias e empresas portuguesas e que
seriam verdadeiramente promotores de crescimento e desenvolvimento económico.
Esta gente pode até nem ser muito competente, mas, pelo
menos, poderiam gostar de nós, portugueses, a quem já chamaram “o melhor povo
do mundo”.
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