"Famílias gastam cada vez mais dinheiro do seu bolso com a saúde"
O ímpeto reformista (adoro este
enunciado) do Governo vai fazendo o seu caminho e os frutos estão à vista.
De acordo com Health at a
Glance – Europe 2014, em que a OCDE compara o universo da saúde em 35
países europeus, constata-se que o peso global dos cuidados médicos em Portugal
no PIB baixou para 9.5%, um valor inferior a 2005.
Para "compensar" o abaixamento
da despesa pública com a saúde, os gastos directos das famílias portuguesas com cuidados de
saúde registaram entre 2007 e 2012 uma das mais significativas subidas no quadro
europeu, atingiram 4.7% da despesa
global na aquisição de bens e serviços no âmbito da saúde, perto do dobro da
média na UE, 2.9%. Como também é sabido o rendimento das famílias tem vindo a aumentar substancialmente nos últimos anos pelo se justifica e entende que paguem mais do seu bolso os cuidados de saúde.
Por curiosidade, Chipre, Bulgária
e Malta são os países em que também é maior o contributo dado pelas famílias, ou
seja, alguns dos países que nos pressionam para a reforma, isto é cortes, no
chamado estado social são, justamente, os países em que os cidadãos têm menos
gastos directos com a saúde. Elucidativo da solidariedade e coesão europeias
É também de sublinhar que,
segundo mesmo Relatório, nós portugueses temos o mais alto nível de consumo de
antidepressivos o que também não será de estranhar, creio.
Como afirma Michael Marmot,
reconhecido especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em
Portugal, todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos
na área da saúde.
Pela nossa saúde.
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