O Ministro foi
chamado ao Parlamento para dar explicações sobre o processo conhecido por “Municipalização
das escolas” integrado no “Programa Aproximar”.
Nada de estranho,
como se sabe, “dar explicações” constitui um dos mais frequentes recursos ao
serviço da educação em Portugal. Não fora a crise que diminui as possibilidades
das famílias e a política educativa, milhares de alunos sem aulas e o ensino
transformado na preparação para exames, teria dado um excelente contributo para
o florescimento deste nicho de mercado.
Este movimento de “aproximar”
tem suscitado imensas dúvidas e parece assentar no equívoco de confundir “autonomia
das escolas” ferramenta imprescindível para promover a qualidade, com “municipalização”, para além do mais com contornos altamente nebulosos, e que não garante maior
autonomia, antes pelo contrário, apenas pode mudar a “tutela”, por assim dizer. Aliás o artigo de hoje no Público de do director de escola, Filinto Lima, é um exemplo dos equívocos e falta de transparência de todo este processo.
Para além das “explicações”
de Nuno Crato, sobre as quais não tenho grande expectativa quanto a novidades, o Ministro não se tem
revelado muito bom explicador, sempre que fala desencadeia apreciações que não
passam, cito-o, de “conjecturáveis ambiguidades” tenho uma enorme curiosidade de outra natureza.
O genial troca-tintas
Poiares Maduro afirmou que nunca esteve na intenção do Governo passar para as
autarquias a gestão dos docentes. É sabido e conhecido, foram públicas, que as
propostas avançadas pelo MEC sobre esta matéria passavam para as Autarquias várias dimensões da gestão de
professores premiando, inclusivamente, as que poupassem no número de professores recorrendo a números mais baixos dos que seriam considerados neessários, estimulando um "factor de eficiência", uma pérola do "economês", língua que substituiu o "eduquês" na comunicação oficial do MEC.
Pode ser um número
estimulante a “explicação” de Nuno Crato sobre esta matéria, tal como várias,
outras, o “currículo local”, avaliação externa, a relação com o ensino privado, etc.
Sem comentários:
Enviar um comentário