"ASAE apreendeu vestuário de contrafacção no valor de 110.000 euros"
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, mais conhecida
por ASAE, informou que durante a última semana apreendeu no Norte do país
11.000 artigos de vestuário e calçado, com um valor estimado de 110.000 euros. Trata-se de produto contrafeito, naturalmente.
Recordo que a ASAE já tinha anunciado a apreensão de
material num valor superior a oito milhões de euros no primeiro semestre deste
ano, um aumento de 500% face a 2013.
Na verdade, nos últimos anos, as economias de muitos países,
em Portugal com especial incidência, têm sofrido um ataque pesadíssimo através
das práticas de contrafacção que envolvem muitos bilhões de euros em
muitíssimas áreas.
Na verdade, também temos, como não podia deixar de ser, um
florescente mercado de produtos contrafeitos que, através das populares
"feiras" ou da mais sofisticada net, disponibilizam tudo o que se
pretender, de qualquer marca, perdão "griffe". Ainda há pouco tempo
me ofereceram com insistência uns óculos Armani, mesmo Armani, por 5 € que,
obviamente, recusei, eram caríssimos apesar da excelência da qualidade e da
marca, claro.
As organizações de defesa do consumidor, em particular a DECO,
bem como a ASAE, destacam-se na forma como procuram combater a contrafacção,
por vezes em acções com forte cobertura mediática, sempre no supremo interesse
da “defesa do consumidor”. Assumindo, como qualquer de nós, esta condição de
consumidor, não posso estar mais de acordo com esta atitude, embora possa
discutir a mediatização e aparato de que se revestem muitas das acções
desenvolvidas, apesar de, reconheça-se, ter aumentado a discrição.
Nesta perspectiva preocupa-me que a emergência e o
alargamento da contrafacção em sectores tão importantes como a alimentação,
possam retirar eficácia para lidar com um problema também muito sério, a
presença de produtos de contrafacção na nossa vida política e na gestão dos
grupos económicos o que, obviamente, compromete a sua qualidade.
Na verdade, a contrafacção no nosso cenário político e nas
lideranças económicas que usam e abusam nos procedimentos e produção de
produtos contrafeitos, de má qualidade ou tóxicos constitui uma enorme
preocupação.
Quando analisamos e sentimos os discursos e as práticas das
lideranças políticas e económicas percebe-se sem necessidade de recorrer a
sofisticados dispositivos laboratoriais que se trata de produtos contrafeitos,
muitos deles altamente tóxicos e ameaçadores da saúde social, económica, mental
e física dos portugueses.
Os últimos tempos têm sido particularmente elucidativos no
que respeita à existência destes produtos contrafeitos tóxicos e altamente
prejudiciais á nossa vida.
Seria, portanto, imprescindível que os elementos da classe
política, de diferentes quadrantes, e da administração de empresas e grupos que
são, obviamente, produtos contrafeitos e de uma falta de qualidade ameaçadora,
sejam detectados e recolhidos por iniciativa da DECO ou da ASAE para que os
eleitores e cidadãos não adquiram gato por lebre ou mesmo produtos ameaçadores
do seu bem-estar.
Se assim não for ... estamos contrafeitos.
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