"Há colégios de ensino especial que não abrem portas em Janeiro"
Como é sabido, as respostas que o sistema educativo e de
segurança social têm estruturado para os alunos que revelam mais dificuldades é
uma matéria que está em permanente discussão.
Discutem-se os princípios, educação inclusiva, por exemplo,
tipologias de respostas, Unidades de Ensino Estruturado, por exemplo, população
a incluir em cada tipo de resposta, o critério de elegibilidade, por exemplo, o
papel das instituições de educação especial, complementar ou concorrencial, por
exemplo, os modelos e financiamento dos apoios especializados, decididos por
quem, por exemplo, a permanência nas escolas secundárias de alunos com mais de
15 anos que sejam abrangidos por uma aberração conceptual chamada CEI - Currículo
Específico Individual, (ainda estou a tentar conseguir perceber como é que um
currículo individual não será específico), levando a situações verdadeiramente
inaceitáveis e lesivas dos direitos dos alunos., por exemplo. etc., etc., etc.
Apesar de muitas vezes aqui me ter referido a várias destas
questões o espaço não permite uma reflexão global mas existe algo que não pode
ser esquecido.
O MEC aceita como resposta para uma franja de alunos, quase
sempre, mas nem sempre, os que mais dificuldades apresentam, a frequência de
Estabelecimentos de Educação Especial. Não quero discutir aqui o modelo e os
aspectos mais particulares desta resposta apenas uma nota de indignação poistrata-se, como é evidente de um grupo altamente vulnerável.
Quando o MEC estabelece um contrato de financiamento com
estas instituições é OBRIGADO a cumpri-lo se for, algo que não é, uma pessoa de
bem. Segundo a Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo
os colégios de ensino especial, tal como os conservatórios do ensino artístico
especializado ainda não receberam do Estado qualquer quantia referente aos
serviços educativos, alimentação e transportes, prestados desde Setembro de
2014. Este universo envolve 8 instituições, 250 profissionais, mais de 700
alunos além, evidentemente, dos problemas sentidos pelas famílias. .
Como já disse, julgo que esta realidade pode e deve, ser
repensada. Enquanto não o é, o Estado é obrigado a assumir o direito à educação
e os direitos básicos das pessoas que não são de geometria variável, ou seja, quando
existem uns eurozitos a mais, dá-se-lhes umas migalhas, quando não há …
paciência.
Nada desta realidade, lamentavelmente, é novo para as
pessoas envolvidas. Os técnicos, alunos e pais estão dramaticamente habituados
a que sua voz não se oiça.
A voz das minorias é uma voz baixa Às vezes, em período de
eleições, ouvem-se um pouco mais. Mas é Solde pouca dura e a dura realidade
volta ao costume.
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