"Está a chegar a altura do ano em que a subcomissária Aurora ameaça cortar crianças ao meio, à catanada"
No Público encontra-se um trabalho sobre as crianças, os tratos que sofrem e as consequências para as crianças do desentendimento de pais separados, em particular na época natalícia que se avizinha e que tradicionalmente assenta em reuniões familiares. Deixando de lado a tragédia dos maus tratos, algumas notas relativas à separação dos pais e aos seus efeitos.
Apesar de em algumas separações conjugais as pessoas
continuarem a viver em conjunto por dificuldades económicas, os estudos na área
da sociologia familiar têm vindo a evidenciar um aumento do número de
divórcios, relativizado ao número de casamentos, que parece ligado, entre
outras razões, a alterações na percepção social da separação, menos “punitiva”
e “culpabilizante” para os envolvidos. Estará a criar-se assim uma situação
mais favorável, até do ponto de vista legal, à facilidade do processo de
divórcio o que poderá levar a decisões, cuja bondade não avalio, que podem ser
apressadas, por decisão não assumida por ambos e não antecipando a necessidade
de minimizar eventuais impactos, sobretudo quando existem filhos como é o caso
que motiva estas notas.
Neste quadro, podem emergir nos adultos, ou num deles,
situações de sofrimento, dor e/ou raiva, que “exigem” reparação e ajuda. Muitos
pais lidam sós com estes sentimentos pelo que os filhos surgem frequentemente
como o “tudo o que ficou” ou o que “não posso, não quero e tenho medo de também
perder”. Poderemos assistir então a comportamentos de diabolização da figura do
outro progenitor, manipulação das crianças tentando comprá-las (o seu afecto),
ou, mais pesado, a utilização dos filhos como forma de agredir o outro o que
torna necessária a intervenção reguladora de estruturas ou serviços que se
deseja oportuna no tempo e eficaz na ajuda. São por demais conhecidas situações
desta natureza, muitas envolvendo figuras públicas que são objecto de larga e
excessiva cobertura mediática, que se desenvolvem de forma a inibir
possibilidade retorno e minimização de consequências.
É obviamente imprescindível proteger o bem-estar das
crianças, o superior interesse da criança, o princípio fundador do olhar actual
sobre crianças e jovens mas não devemos esquecer que, em muitos casos, existem
também adultos em enorme sofrimento e que a sua eventual condenação, sem mais,
não será seguramente a melhor forma de os ajudar.
Ajudando-os, os miúdos serão ajudados e protegidos. Também
aqui a imprensa deveria sentir-se obrigada a não esquecer o superior interesse
da criança. já que os pais, em sofrimento por demasiados centrados em si
mesmos, perdem lucidez para o fazer.
Quero ainda sublinhar que, por princípio, prefiro uma boa
separação a uma má família.
2 comentários:
sofrimento E semptr dor para todos envolvidos mas tb os alheios solidarios como eu em tudo no k faz o sofrer.
sofrimento nao deveria existir,nas familias i menos ainda nos filhos que sao alheios ao k os pais provocam.
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