A nossa viagem é uma caminhada que vai deixando marcos, uns de alegria e realização, outros de tristeza e sofrimento.
É olhando e pensando nesses
marcos que caminhamos construindo outros, tantos mais quanto a vida se cumpre e
alonga.
Hoje, não sendo, provavelmente, matéria
que por aqui faça muito sentido, eu e a minha companheira de estrada assinalamos
um marco, casámos há 46 anos a que acrescem mais cinco de namoro, naquele tempo era habitual, enquanto se finalizava
a nossa formação, psicologia no meu caso e a docência no 1.º ciclo e
posteriormente na educação especial no caso da Manuela, desculpem a linguagem, eventualmente,
pouco “inclusiva”.
Esta viagem começou lá para
os idos de 70, ainda antes de um outro marco Grande, o de Abril de 74. Cumpriu-se
do ponto de vista profissional com um trajecto nos satisfez, deixando outros
marcos, e tem-se cumprido na família, com o filho João a quem se juntou a Rita,
e os dois netos, o Simão e o Tomás, e novos marcos vai a estrada ganhando.
Assim há-de continuar por mais
algum tempo, esperamos.
Falando em viagem, para que estas notas se alarguem, deixo a história de um outro Viajante.
Era uma vez um rapaz chamado Viajante. A todo o tempo contava as inúmeras viagens que, dizia ele, realizava com frequência. Era frequente os colegas ficarem atentos a ouvir o Viajante constar as suas andanças. Contava coisas extraordinárias e mirabolantes sobre os sítios e terras para e por onde as viagens o levavam. Explicava com muitos pormenores as pessoas estranhas que encontrava. Tinham, por exemplo, uma linguagem diferente que muitas vezes não percebia e também, às vezes, se comportavam de forma que ele e os colegas não estavam habituados.
Passava por terras que não eram nada parecidas com a terra onde viviam e o Viajante descrevia de forma minuciosa e ilustrada como eram essas terras.
Tinha quase sempre viagens novas
para relatar e os colegas até sentiam uma pontinha de inveja por tantas viagens
que o Viajante fazia.
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