Deixem-me partilhar uma história de hoje. Fomos às compras à vila e quando voltámos ao monte a minha companheira de estrada deu por falta do telemóvel. Retornámos e nos locais onde estivemos, o mercado, a papelaria e a drogaria o aparelho não foi visto e tentando estabelecer ligação também não se ouvia a tocar, nem era atendido.
Dando o telemóvel por perdido
decidimos ligar ao João para nos ajudar a cancelar, se possível,
o acesso. Como sabem, os filhos são bens de primeira necessidade e ajuda, e o
João, para nossa surpresa, os velhos não são muito proficientes nas tecnologias,
disse-nos que ia ver onde estava e já nos dizia.
Pouco tempo depois envia-me as
coordenadas exactas, estava numa casa isolada à beira da estrada, um quilómetro
fora da vila.
Bom, com algum constrangimento para lá nos dirigimos, parámos num espaço à frente da casa e depois de uma buzinadela surgiu um casal já entrado na vida. Depois do cumprimento perguntei se tinham encontrado um telemóvel com capa castanha, mas não, não tinham. Como é que poderiam ter um telemóvel nosso se não saíram de casa?
Tentei explicar que tinha a
indicação segura de que estaria ali, mas nada.
De repente, a minha mulher
reparou num carro ali parado e disse que o tinha visto estacionado ao lado do
nosso na drogaria da vila.
O senhor ainda disse que nem tinha saído, mas insistimos, o telemóvel está aqui, terá caído perto do seu carro e acabou por viajar, por engano, no carro errado. O senhor negava e estávamos assim numa espécie de beco sem saída e sem telemóvel.
No entanto, um tempinho depois e com alguma hesitação, o senhor volta-se para trás e diz à mulher, “traz lá o telemóvel” o que a senhoa fez com um ar estranhamente embaraçado
A verdade é que, com grande contentamento de
(quase) toda a gente, o aparelho voltou feliz às mãos da sua dona que, obviamente, também ficou feliz e agradecida por tanta generosidade.
É assim que devem acabar as
histórias.
E são também assim os dias do
Alentejo.
PS – Posteriormente descobrimos
que o telemóvel vinha com umas fotos da senhora tiradas antes de o desligar.
Ficam de recordação, é sempre bom a assinalar a seriedade das pessoas.
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