Chegam os primeiros dias de calor ao Alentejo. Ainda não é o calor áspero que lá para Julho e Agosto é mais habitual e faz parte do que é o Alentejo.
Estes primeiros dias mais quentes
parece que custam mais, o corpo ainda não se acostumou, como dizia o Mestre
Marrafa, e a lida também parece ficar mais pesada.
Já vão umas horas em cima do
tractor com o corta-matos a limpar caminhos e valados do monte cobertos de erva
alta que as chuvas prolongadas que este ano, felizmente, tivemos. Há anos que
não víamos as nascentes do monte correr assim.
Para aliviar, ainda é preciso pegar
na roçadora para dar um jeito em torno das oliveiras que gostamos de ver limpas sem
erva à volta e também cortar nos pontos onde o tractor não chega.
O calor obriga também a mais
atenção à rega na horta para não perder o que está plantado ou semeado.
Lá mais para a tarde não nos podemos
esquecer de colocar as canas no feijão verde para que possa trepar, as guias já
estão a ficar grandes.
Por estes dias já foram para a
terra as abóboras, beringelas e mais uns pés de curgete. Amanhã pode ser que
ainda consiga carregar parte da erva cortada para colocar no moitão, como se
fala por aqui, que depois do próximo Inverno estará transformado num composto
que enriquece a terra.
Confesso que quando andamos na
lida quase nos esquecemos das inquietações que o estado do mundo alimenta.
E são assim os dias do Alentejo,
cansativos, mas vividos.
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