quarta-feira, 19 de abril de 2017

OS ADOLESCENTES E A ESCOLA

Foi divulgado pela OCDE o terceiro volume de resultados obtidos a partir dos dados do PISA de 2015. Este volume é dedicado ao “Bem-estar dos adolescentes”.
Numa primeira apreciação umas notas breves.
Face à média da OCDE, verificam-se alguns desvios não surpreendentes, caso da maior ansiedade face a avaliação, da mais baixa expectativa face à conclusão de um curso superior por exemplo.
Estes resultados poderão estar associados à existência para os alunos que responderam de múltiplos dispositivos de avaliação externa, a maior fonte de ansiedade e do baixo nível de escolaridade dos pais, variável associada às baixas expectativas dos filhos face a trajectos escolares mais longos e bem-sucedidos.
Um dado curioso remete para o facto dos adolescentes portugueses se afirmarem mais “dependentes” da net mas passam um tempo médio online quando comparados com os alunos dos outros países.
De resto e dentro da média mostram-se satisfeitos com a vida, e acima da média sentem que “pertencem” à escola e menos envolvidos em situações de bullying.
É ainda de registar que 90 % dos alunos portugueses afirmam que realizam pelo menos uma refeição conjunta com os pais, a média da OCDE é de 82% e 92% dizem que os pais falam regularmente com eles depois da escola face 86.1% verificado na OCDE.
O conjunto dos dados parece sustentar que a vida escolar e familiar na percepção dos alunos é globalmente positiva e satisfatória tal como no volume anterior tinha ressaltado a percepção positiva sobre o trabalho dos professores.
Surge-me uma pequena dúvida. Será que a forma como estes adolescentes percebem a sua vida escolar e familiar é coerente com a percepção que nós adultos, de forma geral, temos das mesmas questões?
Sabemos que a escola não é um paraíso mas também não é o inferno para o qual todos os dias os nossos filhos e netos são enviados.
É apenas a instituição que lhes ajuda a construir o futuro, não é coisa pouca.

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