Segundo dados do Eurostat hoje divulgados, em 2016 Portugal detinha a quarta taxa de abandono escolar mais
alta da UE, 14% dos jovens entre os18 e os 24 anos abandonam o sistema escolar
ou de formação. A média europeia é de 10.7%. Deve, no entanto, registar-se que
nos últimos 10 anos a melhoria foi significativa se considerarmos que em 2006 a
taxa de abandono era de 38.5%, a mais elevada da União Europeia.
É certo que podemos olhar para o
copo meio cheio ou para o copo meio vazio mas na verdade os dados ainda são
preocupantes. Estamos ainda longe de cumprir os objectivos estabelecidos para
2020, situar o abandono nos 10%.
A exclusão escolar é a quase sempre
a primeira etapa da exclusão social pois sem qualificação ou formação a
capacidade de entrada no mercado de trabalho de sociedades cada vez mais
desenvolvidas é difícil pondo em risco a construção de projectos de vida
viáveis e proporcionadores de realização pessoal e base do desenvolvimento das comunidades.
Este cenário combate-se por duas
vias, a prevenção do insucesso que leva ao abandono e a recuperação para
trajectos de formação e qualificação da população que entretanto já abandonou.
Esperemos que algumas mudanças em
curso e, sobretudo, a existência de dispositivos de apoio competentes e
suficientes às dificuldades de alunos e professores, possam contribuir para a
minimização do insucesso.
No que respeita à recuperação dos
jovens que já abandonaram espero que as iniciativas em desenvolvimento, designadamente
o programa Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades tenha os meios
necessários e resista à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo
certificar com qualificar.
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