quarta-feira, 26 de abril de 2017

ABANDONO ESCOLAR = EXCLUSÃO SOCIAL

Segundo dados do Eurostat hoje divulgados, em 2016 Portugal detinha a quarta taxa de abandono escolar mais alta da UE, 14% dos jovens entre os18 e os 24 anos abandonam o sistema escolar ou de formação. A média europeia é de 10.7%. Deve, no entanto, registar-se que nos últimos 10 anos a melhoria foi significativa se considerarmos que em 2006 a taxa de abandono era de 38.5%, a mais elevada da União Europeia.
É certo que podemos olhar para o copo meio cheio ou para o copo meio vazio mas na verdade os dados ainda são preocupantes. Estamos ainda longe de cumprir os objectivos estabelecidos para 2020, situar o abandono nos 10%.
A exclusão escolar é a quase sempre a primeira etapa da exclusão social pois sem qualificação ou formação a capacidade de entrada no mercado de trabalho de sociedades cada vez mais desenvolvidas é difícil pondo em risco a construção de projectos de vida viáveis e proporcionadores de realização pessoal e base do desenvolvimento das comunidades.
Este cenário combate-se por duas vias, a prevenção do insucesso que leva ao abandono e a recuperação para trajectos de formação e qualificação da população que entretanto já abandonou.
Esperemos que algumas mudanças em curso e, sobretudo, a existência de dispositivos de apoio competentes e suficientes às dificuldades de alunos e professores, possam contribuir para a minimização do insucesso.
No que respeita à recuperação dos jovens que já abandonaram espero que as iniciativas em desenvolvimento, designadamente o programa Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades tenha os meios necessários e resista à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.

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