Como diria Sá de Miranda,
"M'espanto às vezes, outras m'avergonho".
Não é possível ler sem um
sobressalto a notícia do cântico de apoio (?!) de uma claque desportiva que
entoava “Quem me dera que o avião da Chapecoense fosse do Benfica” num jogo com
uma equipa deste clube.
Felizmente, o clube “apoiado” já se demarcou de tal forma de apoio. É o mínimo esperado embora aquém, obviamente, do que se exigiria.
Como já tenho escrito tenho uma
enorme paixão pelo futebol mas neste universo foi-se criando um clima em que
não existem santos e pecadores, talvez a bola seja o elemento mais positivo do
meio.
Lideranças sem qualidade, sem
estatura ou estofo ético produzem discursos incendiários ampliados por
funcionário zelosos que nos tempos que correm são comprados e apoiados por
parte da massa de apoiantes.
É um mundo de vale tudo em que
uma comunicação social hipoteca qualidade e racionalidade para vender
espectáculos deploráveis e obscenos de clubite irracional. Um dia vamos ter um
problema ainda mais sério e de consequências graves e veremos como será
definida a responsabilidade.
Muitos dos meninos de
Torremolinos serão certamente os membros das claques e nada disto é um problema
apenas de Portugal mas é também um problema nosso.
Afinal o que andamos a fazer nas
famílias, nas escolas do pré-escolar ao superior, na comunicação social, na
vida política, cultural e económica que acomodam estes dias do avesso?
Esta gente, nos estádios, em
Torremolinos, nas ruas, nas salas de aula e átrios das escolas já são alunos do
Séc. XXI, que fazer agora para mudar e que fazer agora para prevenir?
Sem comentários:
Enviar um comentário