O surgimento de alguns casos de
sarampo fez reentrar na agenda a questão da vacinação das crianças.
Apesar de ainda não parecer algo
de preocupante também em Portugal começa a emergir alguma discussão
relativamente à vacinação.
Estima-se que mais de quatro mil
crianças em Portugal não sejam anualmente vacinadas.
Como é sabido existe um Plano
Nacional de Vacinação e Portugal tem, felizmente, uma taxa bastante elevada de
vacinação nas crianças, cerca de 95%.
Noutros países e até com mais
significado também se assiste à emergência de movimentos que levam a que muitos
pais recusem vacinar os filhos e por cá também se ouvem opiniões nesse sentido
e pais que não procedem à vacinação dos filhos como já foi referido. Alguns dos
recentes casos de sarampo parecem atingir crianças não vacinadas.
Recordo que há algum tempo se
verificou um surto de sarampo nos Estados Unidos com resultados preocupantes pois
atingiu estados em que os pais podem recusar as vacinas.
Não sendo especialista, sei que
as vacinas contêm alguns riscos que basicamente estarão controlados e sei
também que existem interesses brutais em jogo, designadamente por parte das
farmacêuticas e laboratórios. No entanto, parece-me que a vacinação representa
um ganho civilizacional que poupa a morte a muitos milhares de crianças pelo
mundo inteiro e quando reparamos na taxa de mortalidade infantil verificada em
países que não conseguem assegurar campanhas de vacinação generalizadas
percebemos isso com clareza. Os testemunhos de gente conhecedora, como Mário
Cordeiro ou Gomes Pedro mostram isso mesmo.
Assim sendo, é sempre com alguma
preocupação que em nome de valores, certamente legítimos mas que necessitam de
ponderação, se possa decidir por comportamentos que manifestamente são
causadores de riscos para as crianças.
Ainda no mesmo âmbito recordo
também um movimento emergente que defende a realização de partos em casa que,
evidentemente, tem merecido a condenação de enfermeiros e médicos devido aos
elevados riscos envolvidos para bebés e mães. Também nesta matéria sabemos dos
interesses económicos em jogo traduzidos, por exemplo, numa altíssima taxa de
cesarianas que parece agora com tendência para baixar.
O povo costuma dizer que
"com a saúde não se brinca". Não estamos a falar, obviamente, de
brincadeiras mas estamos a falar de decisões que são de uma enorme
responsabilidade e que podem levar como aconteceu recentemente no Reino Unido
que o Tribunal Superior de Justiça por iniciativa do pai das crianças obrigasse
a mãe a aceitar que os filhos fossem vacinados.
Trata-se como sempre do superior interesse
da criança. Importa que nós os que trabalhamos na área da educação ou da saúde
tenhamos uma maior atenção a estas matérias.
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