O trabalho interessante da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos com adolescentes e jovens que cumprem trajectórias de abandono e insucesso escolar mostra que a educação, a escola, faz
a diferença e é capaz de contrariar o destino. Recordo Mandela quando afirma
que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo, a começar no mundo de
cada um com o qual se cumpre o que de forma simples costumo definir como o grande
objectivo de um sistema educativo, o de que os jovens, todos os jovens, à saída
do sistema se encontrem equipados com qualificação pessoal e profissional independentemente
do patamar académico atingido.
Considerando a diversidade dos
alunos e contextos só uma via de diferenciação de percursos e de oferta
educativa, de modelos e tipologia de escolas, de conteúdos curriculares e
práticas pedagógicas, de apoios ajustados e competentes é possível levar, tanto
quanto possível todos os alunos a aceder a alguma forma de qualificação, pois
será a melhor forma de combater a exclusão.
Aliás, a oferta formativa de
natureza profissional no âmbito do ensino secundário que também está a
acontecer apesar de muitas dificuldades e constrangimentos, pode ser um passo
nesse sentido e tem contribuído para baixar os níveis de abandono. Importa, no
entanto, garantir que esta oferta não seja preferencialmente dirigida para os
"que não servem" para a escola ou assim percebida por parte da
comunidade educativa, tanto na escola como nas famílias.
Numa altura em que tantas vezes
se questiona e responsabiliza a escola é bom saber, nós sabemos, que, apesar de
tudo, a escola … ensina e educa.
Muitas vezes penso que nos falta
um pouco a “cultura" de valorizar e divulgar o que corre bem. Embora se
compreendam algumas razões estamos quase sempre mais direccionados para os
muitos problemas e dificuldades sempre presentes no complexo universo da
educação.
Na verdade apesar do peso das
variáveis referidas, o trabalho na e da escola, das escolas, e dos professores
é um factor significativamente explicativo do sucesso dos alunos mais
vulneráveis e capaz de contrariar o peso das outras variáveis que estão
presentes no contexto de vida desses alunos. Aliás, a experiência da Escola de
Segunda oportunidade de Matosinhos parece ser um bom exemplo.
Aqui se regista e saúda.
No entanto, importa desenvolver políticas
educativas que em termos genéricos e em termos mais particulares como
currículos, sistema de organização, recursos humanos docentes, técnico e
funcionários, tipologia e efectivo de escolas e turmas, autonomia das escolas que
sustentem esta ideia de diferenciação, a ferramenta para promovam qualidade e
inclusão.
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