Como muitas vezes tenho escrito a
característica mais presente em qualquer sala de aula das nossas comunidades é
a diversidade entre os alunos.
Essa diversidade é de uma enorme
latitude e envolve também um grupo a que nem sempre damos a devida atenção, as
crianças sobredotadas.
De facto, não existirão tantas
crianças com capacidades acima da média e em diferentes domínios como, por vezes,
os pais têm a tentação de afirmar, mas na verdade existem crianças e
adolescentes que tendo capacidades acima dos seus pares e com diferentes
expressões sentem sérias dificuldades na sua estadia na escola.
Não é impossível que algumas destas
crianças possam passar por situações de insucesso ou dificuldades no
comportamento e quadros de frustração.
O Público traz hoje um trabalho
sobre este universo para o qual me solicitou uma pequena colaboração.
Sem ser um especialista nesta
área, a sobredotação, entendo que a única forma de responder à diferença entre
os alunos é diferenciando o trabalho educativo, diferenciando as respostas educativas,
construir modelos curriculares de natureza mais aberta e flexível tal como definir
dispositivos de avaliação também com algum nível de diferenciação e, finalmente
ter modelos de autonomia e organização escolar reais bem como dispositivos de
apoio competentes e suficientes.
Este cenário, enunciado a propósito
dos alunos sobredotados, é a melhor forma de acomodar as diferenças entre os
alunos, qualquer que seja a sua expressão, e promover, de facto, uma educação
inclusiva que idealmente não deixe ninguém para trás.
Como sempre digo o insucesso e a
exclusão escolar são quase sempre “apenas” a primeira etapa da exclusão social.
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