Era uma vez um rapaz chamado
Vítor. Era um “cabeça no ar”, ou melhor, um “cabeça na Lua”, como lhe chamava a
Professora. Tinha uns oito anos e na escola tinha sempre um ar ausente, em
viagem, mesmo, quando por decisão da Professora, já não se sentava perto da
janela.
O Vítor parecia ter a estranha
capacidade de mesmo com a cara encostada a uma parede aparentar um olhar como
se estivesse a ver o mais interessante dos cenários. É claro que o aprender das
coisas da escola não estava a correr muito bem o que preocupava a professora,
que insistia em chamar a atenção do Vítor para as tarefas que deveria realizar.
Vítor, tens que estar concentrado, com atenção ao que tens para fazer.
Precisas de aprender estas coisas para quando cresceres saberes muito. Se não
aprendes agora que vais fazer quando fores grande, diz-me lá.
Vou ser astronauta Professora.
Astronauta Vítor? Porquê astronauta?
Porque eu gostava de viajar com a minha cabeça. A Professora está
sempre a dizer que tenho a cabeça na Lua. Tenho a cabeça na Lua mas ela também
vai a muitos lados sem ser à Lua. O problema é que vai sozinha, eu fico aqui.
Eu gostava de ir com ela e quando eu for astronauta posso andar com a minha
cabeça pelos sítios todos onde ela vai só. Vai ser fixe.
Está bem Vítor, mas olha, enquanto não fores astronauta faz esta ficha,
pode ser?
Assim que chegar, Professora.
2 comentários:
Um texto adorável. Vou levar para usar como tema de conversa com os meus astronautas. Um abraço grande. Cristina
Divirtam-se. Abraço
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