Há poucos dias coloquei aqui um
texto com o título “Como é que isto vai acabar?”. Era sobre o ambiente que se
tem vindo a instalar em torno do futebol.
Escrevi, “Não será improvável,
antes pelo contrário, que tenhamos um dia destes algum episódio mais grave
fruto da irracionalidade e do ambiente de hostilidade e ódio instalados.”
Aconteceu esta noite. Não era
difícil adivinhar que seria uma questão de tempo. Virão agora os (ir)responsáveis
pelos clubes mostrar algumas lágrimas de crocodilo e produzir discursos que são
ofensivos vindo de quem vêm.
A mediocridade da generalidade
dos dirigentes produz discursos e comportamento que inflamam muitos dos
apoiantes, apoiam e organizam as suas actividades. Servem-se deles para os
jogos de poder e devem-lhes isso.
A comunicação social na guerra
desregulada pelas audiências abriga um grupo imenso de “comentadores” que em
inúmeros formatos alimentam a demagogia e a hostilidade sem nada acrescentarem
a quem como eu e muitos outros temos uma paião pelo futebol. Eles não são o
futebol, são uma escumalha, salvo honrosas pouquíssimas excepções que também se
servem do futebol.
Não branqueio nem desculpo o
comportamento dos adeptos, de alguns adeptos, longe disso. No entanto, esse
comportamento radica noutras questões para lá do futebol que apenas serve de
gatilho para a testagem dos limites em nome de um considerado deus maior, o
clube, mas que na verdade é fruto do clima instalado pelos energúmenos que o
dirigem e deles e do futebol se servem.
Malditos sejam.
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