segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O APERFEIÇOAMENTO DO ACORDO ORTOGRÁFICO

Em entrevista ao Público e conforme já tinha sido anunciado, o presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, reafirma que em 2017 será apresentado um documento, “Subsídios para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico” que procura sensibilizar o poder político com uma fundamentação científica face ao caos instalado pela incompetente aprovação do Acordo Ortográfico.
Não sou, evidentemente, um especialista mas parece-me que o cerne da questão reside, de facto, no entendimento de que “Qualquer tentativa de uniformização ortográfica nos diversos países que usam a língua portuguesa como oficial é utópica” e que “o normal é o respeito pelas ortografias nacionais".
É esta perpectiva que informa o que se passa, por exemplo, com o inglês ou o castelhano/espanhol que têm algumas diferenças ortográficas ou na linguagem oral nos diferentes países em que são língua oficial, sem que daí advenha qualquer perturbação ou drama mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas. O mesmo se passa entre a comunidade dos países com o castelhano/espanhol como língua oficial.
Como tantas vezes tenho escrito, desculpem a insistência, entendo, evidentemente, que as línguas são estruturas vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo, a introdução de palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me parece sustentação suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como norma e que carece, evidentemente, de mudança.
Acresce que as explicações que os defensores, especialistas ou não, adiantam não me convencem da sua bondade, antes pelo contrário, acentuam a ideia de que esta iniciativa não defende a Língua Portuguesa. O seu grande defensor Malaca Casteleiro refere até "incongruências" no AO, algo que me parece curioso, para ser simpático. Dito de outra maneira, desencadeamos um acordo com esta amplitude e implicações para manter "incongruências e imperfeições" que abastardam a ortografia da Língua Portuguesa.
Como tenho escrito e repito, Língua Portuguesa, vou continuar a escrever-te assim, “desacordadamente”. Desejo com a maior das esperanças que ainda possamos estar a tempo de corrigir a trajectória seguida neste atentado à Língua portuguesa.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Outrora colonizadores, presentemente colonizados. E não me digam que a história não se "baralha e volta a dar".

Ou é apenas a estupidez e subserviência dos crânios iluminados ?


VIVA!