quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O RESCALDO DA FESTA

Segundo a imprensa de hoje, a Escola Básica e Secundária de Carcavelos manter-se-á encerrada no início do segundo período em Janeiro por falta de condições de segurança e de funcionamento. O problema decorre, ao que refere o director, da inexistência de manutenção por parte da Parque Escolar que reabilitou a escola.
Era, é, reconhecido por toda a gente a necessidade de modernização do parque escolar, em algumas situações inaceitavelmente degradado, pelo que o processo desencadeado sob a responsabilidade da Parque Escolar merecia concordância, independentemente da agenda político-partidária que gere os discursos das lideranças políticas.
A verificada derrapagem nas contas de muitas das obras relacionadas, que se não estranha em Portugal, têm sido apenas e lamentavelmente a "rotina" das obras geridas por capitais públicos. No caso particular da recuperação e modernização de edifícios escolares, a avaliação do que foi realizado foi mostrando algo que muitas pessoas que conhecem as escolas tinham como claro, o desajustamento de algumas soluções técnicas, o novo-riquismo saloio de alguns equipamentos e materiais, o custo exorbitante de manutenção que as soluções adoptadas implicam, etc.
Estas opções, a “Festa” como lhe chamou Maria de Lourdes Rodrigues, e a política de desinvestimento e cortes que se seguiu comprometeram o desenvolvimento do programa com consequências muito negativas em várias escolas que ainda continuam em eternas obras com milhares de alunos com aulas em contentores e em edifícios sem qualidade mínima. Pelas mesmas razões e como será o caso da Escola de Carcavelos a manutenção adequada ficou também comprometida.
Agora que estamos no rescaldo da festa as facturas são elevadas, escolas por intervencionar e degradadas, escolas com obras paradas há anos, escolas sem manutenção face à intervenção de que foram alvo.
E não acontece nada? Não existem responsabilidades?

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