Segundo a imprensa de hoje, a Escola Básica e Secundária de Carcavelos manter-se-á encerrada no início do segundo
período em Janeiro por falta de condições de segurança e de funcionamento. O
problema decorre, ao que refere o director, da inexistência de manutenção por
parte da Parque Escolar que reabilitou a escola.
Era, é, reconhecido por toda a
gente a necessidade de modernização do parque escolar, em algumas situações
inaceitavelmente degradado, pelo que o processo desencadeado sob a responsabilidade
da Parque Escolar merecia concordância, independentemente da agenda
político-partidária que gere os discursos das lideranças políticas.
A verificada derrapagem nas
contas de muitas das obras relacionadas, que se não estranha em Portugal, têm
sido apenas e lamentavelmente a "rotina" das obras geridas por
capitais públicos. No caso particular da recuperação e modernização de
edifícios escolares, a avaliação do que foi realizado foi mostrando algo que
muitas pessoas que conhecem as escolas tinham como claro, o desajustamento de
algumas soluções técnicas, o novo-riquismo saloio de alguns equipamentos e
materiais, o custo exorbitante de manutenção que as soluções adoptadas
implicam, etc.
Estas opções, a “Festa” como lhe
chamou Maria de Lourdes Rodrigues, e a política de desinvestimento e cortes que
se seguiu comprometeram o desenvolvimento do programa com consequências muito
negativas em várias escolas que ainda continuam em eternas obras com milhares
de alunos com aulas em contentores e em edifícios sem qualidade mínima. Pelas
mesmas razões e como será o caso da Escola de Carcavelos a manutenção adequada
ficou também comprometida.
Agora que estamos no rescaldo da
festa as facturas são elevadas, escolas por intervencionar e degradadas,
escolas com obras paradas há anos, escolas sem manutenção face à intervenção de
que foram alvo.
E não acontece nada? Não existem
responsabilidades?
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