“Todo o mundo é composto de
mudanças, tomando sempre novas qualidades”, escreveu Camões.
É verdade quem nem sempre muda no
sentido que desejamos e nem sempre tão depressa quanto gostaríamos. Em todo o
caso, uma mudança no caminho certo é sempre de saudar.
Possibilitar que a comunidade surda
que recorre à língua gestual possa encontrar interlocutores sem a dependência
habitual de um intérprete é uma ferramenta fundamental para a promoção de
equidade e inclusão.
Não podemos esquecer as inúmeras
dificuldades que a comunidade surda ainda sente num mundo em que a comunicação
e os suportes sonoros fazem parte do ambiente e do nosso quotidiano funcional,
por assim dizer.
Para além do esforço de optimizar
o acesso bem-sucedido à educação, à qualificação e ao desempenho profissional,
importa garantir tanto quanto possível o acesso e a participação da comunidade
surda na vida comum das comunidades, o verdadeiro critério de inclusão.
Recordo ainda que em Portugal,
desde 1997, a Língua Gestual Portuguesa tem consagração na Constituição, Artº
74º, h) pelo que será desejável um maior nível de generalização, incluindo na
comunicação social, da Língua Gestual Portuguesa.
Temos ainda um longo caminho a
percorrer em matéria de equidade e inclusão. Não depende só de nós mas também
depende de nós.
A ideia de disponibilizar de
forma alargada formação em Língua Gestual Portuguesa a alunos ouvintes é um
passo significativo. A concretizar-se ... claro.
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