Segundo a imprensa de hoje a ASAE
apreendeu nos últimos dois anos mais de 10 000 brinquedos perigosos. Foi
proibida ainda a comercialização de mais 10 brinquedos e aumenta a fiscalização
nesta época.
A avaliação de cerca de 400
brinquedos mostrou que mais de metade são “maus” ou “medíocres” no que toca a
critérios de segurança. Para sublinha a importância desta matéria a DECO
recorda que “No espaço europeu, os brinquedos estão na origem de cerca de 52
mil acidentes por ano”.
É verdade que existem riscos em
alguns brinquedos e que tal como a Associação para a Promoção da Segurança
Infantil já os tem referido, a DECO refere nas mais recentes avaliações que o
facto de estar no brinquedo o símbolo CE não é suficiente como garantia de segurança
sendo que no espaço europeu se registam cerca de 52000 acidentes por ano com
origem nos brinquedos. A DECO tem também alertado para o risco da compra de
brinquedos através da net.
Neste cenário, mais do que o
trabalho da ASAE, os alertas da DECO ou da Associação para a Promoção da Segurança Infantil, importa sublinhar o papel dos pais como os
"verdadeiros inspectores" da segurança dos brinquedos. No entanto,
parece-me, como sempre, necessário usar de algum bom senso e evitar excessos de
zelo que também não são positivos, ainda que em matéria de segurança infantil o
excesso seja melhor que o defeito.
Esta referência à segurança nos
brinquedos é importante e oportuna, estamos já muito perto do espírito
natalício, a preocupação com os brinquedos, mas gostava de reforçar o facto de
continuarmos a ser um dos países da Europa com taxa mais alta de acidentes
domésticos envolvendo crianças, de que as quedas de janelas ou varandas, os
afogamentos ou o contacto com materiais perigosos não devidamente
acondicionados, são apenas exemplos tragicamente frequentes.
O que me parece importante
registar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da
criança estão sempre presentes, em que é recorrente a referência aos perigos
dos brinquedos, também se verifica um número altíssimo de acidentes o que
parece paradoxal.
Por um lado, protegemos as
crianças de forma que, do meu ponto de vista, me parece excessiva face às suas
necessidades de autonomia e desenvolvimento e, por outro lado e em muitas
circunstâncias, adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e
facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não vale a pena pensar que só
acontece aos outros.
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