Um novo volume relativo ao Relatório PISA 2012 hoje
conhecido, Resolução Criativa de Problemas: As competências dos alunos para
lidarem com os problemas da vida real, mostra que Portugal integra um grupo de países como a Áustria, a Noruega, a Irlanda, e a Dinamarca cujos
alunos obtêm resultados de nível médio sendo que, sem surpresa, os países
asiáticos obtêm os melhores resultados.
Apesar do muito que está por fazer, verifica-se ainda uma forte
correlação entre os resultados dos alunos e o nível escolar dos pais, por exemplo, estes
resultados, em linha com os de outros aspectos avaliados, elucidam o trajecto de
melhoria significativa que se verificou no sistema educativo português e que
contraria teses catastrofistas caras a figuras como Nuno Crato e outros opinadores
No entanto, como já tenho referido, existem alguns aspectos
recentes da PEC - Política Educativa em Curso que receio que possam comprometer
este trajecto.
De entre estes aspectos destaco as mudanças nos Programas, por
exemplo no de Matemática, que segundo alguns especialistas representam
retrocesso e são inadequadas, o aumento do número de alunos por turma, uma
variável que num sistema educativo com as características do nosso tem uma
relação importante com os resultados escolares, o clima vivido pelas escolas de
instabilidade e deriva com decisões avulsas e continuamente revistas e
finalmente a preocupação com as dificuldades que as escolas atravessam na
criação de dispositivos de apoio eficazes ao trabalho de alunos e
professores.
Por outro lado, como também a OCDE tem sublinhado, devem ser
considerados os riscos de um modelo de avaliação excessivamente centrado em
resultados e na medida, nos exames, o que podendo potenciar resultados elevados
poderá, por outro lado, aumentar assimetrias e desigualdades.
Quero apesar de tudo manter-me optimista e acreditar que o
trabalho de alunos e professores poderá resistir até a muito do que o
Ministério da Examinação decide.
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