Deixem-me partilhar convosco um irrelevante episódio de natureza pessoal mas que ilustra bem muito do que nós todos conhecemos e experimentamos.
Em primeiro lugar confesso que a situação já me era um bocadinho embaraçosa, ia proceder à obrigatória renovação da carta de condução por estar à beira dos sessenta anos.
Tratei da tramitação que me pediram, antes da consulta médica, e a senhora que me atendia diligentemente informou-me que dado que a minha carta ainda estará válida até meados de Agosto não precisaria de me passar já uma guia de substituição que só é válida por dois meses. Assim, uma semana antes da minha carta caducar deveria dirigir-me de novo a este balcão para então me providenciarem uma guia de substituição.
Temendo não ter percebido bem procurei clarificar, estamos no início de Abril, peço a renovação da carta, um processo simples, já completo e com a consulta médica já realizada e em Agosto ainda não terei a carta "nova" tendo que voltar par pedir uma guia, quatro meses depois?!.
"Sabe, está tudo um bocadinho atrasado, estão ser entregues as cartas solicitadas em Agosto passado", respondeu a funcionária com um sorriso de esclarecimento.
Saí informado e descansado.
O país está melhor e os sucessivos "Simplex" e iniciativas de desburocratização, as reformas processuais, a simplificação, os ganhos de eficácia e produtividade, a gestão de recursos humanos, a efiiência na administração, etc., etc, estão, comprovadamente, a ser bem sucedidos.
Na verdade, nós é que somo muito exigentes, queremos tudo para ontem, não temos paciência.
Em Agosto lá estarei, à procura da guia de substituição. A carta? Bom, a carta só lá para meados do ano que vem. Ainda virá muito a tempo, a próxima renovação será só aos sessenta e cinco.
2 comentários:
Eh eh eh eh... O que eu me ri com o seu artigo!!!
Acontece que fiz 50 anos em Março e passei exactamente pelo mesmo, com a vantagem de me terem dado uma guia a que chamaram de "documento válido pelo período de 180 dias após o termo da validação da carta de condução, quando acompanhado com o original da mesma".
Ora, com a minha mania de verificar tudinho, olhei logo o original da carta à procura do dito prazo e, surpreendentemente, constatei que não existe qualquer data inscrita na tal alínea 4b. correspondente a "Data de validade da carta".
Então questionei a funcionária sobre a data a considerar, ao que a mesma respondeu prontamente:
"Ó filha, não se preocupe! Quando passarem 180 dias da data em que fez 50 anos venha cá para renovar essa guia".
Entretanto, como eu afirmei que aquele pormenor também não devia ter muita importância, já que 180 dias devia ser um exagero, a funcionária rematou:
"Não é exagero, não! Agora as cartas são todas novas, informatizadas como essa, e estão a levar muitos meses".
Viv' o simplex!!! :-)
Portugal no seu melhor
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