O Expresso tem hoje uma estimulante entrevista com o
Director do Instituto de Avaliação Educativa. Da leitura que se recomenda
retiro umas notas breves.
Relativamente ao risco de que em algumas salas de aula o trabalho possa ser excessivamente centrado nos exames, o “teaching to the
test”, o Director do IAVE entende que este risco, aliás já identificado pela OCDE relativamente a
Portugal, não tem a ver com a política do MEC relativa a exames, cada vez mais
exames, a visão hipervalorizada que define os exames como a “poção mágica” que
promove qualidade. A responsabilidade deste risco, afirma, é
dos “media”, das famílias pois não estão a habituadas a fazer exames e da
sociedades e geral. Estão todos, evidentemente, equivocados. Está muito certo.
Assume a questão da gestão política das notas dos exames através dos níveis de exigência colocados, diz que os resultados não estão a melhorar apesar dos indicadores do PISA e elabora uma estapafúrdia comparação entre a
distribuição das notas nos exames e o que significaria essa
distribuição no domínio da saúde, cito “se
na saúde tivéssemos esta performance significava que metade dos doentes morria
ou ficava gravemente doente”. Esperemos que tal não aconteça.
Uma última nota relativa ao novo exame de Inglês, obrigatório
para o 9º ano e aberto a alunos de outros anos, uma Parceria Publico Privada
instituída este ano. Para além da curiosa definição dos critérios de exigência,
esta PPP terá como sempre custos para nós. As famílias que pretendam o diploma
devem pagar cerca de 25 € o que é, no mínimo estranho, num cenário de
escolaridade obrigatória e de um exame obrigatório. Parece que no caso do 9º
ano em que de facto o exame é obrigatório, um terço das famílias não requereu o
diploma o que deixa o Director do IAVE admirado.
Como disse, uma entrevista estimulante.
Como disse, uma entrevista estimulante.
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