"Imunidades dos deputados e governantes da Madeira bloqueiam mais de 60 processos nos tribunais"
Outra vez e sempre, as vezes que forem necessárias.
A roda livre de impunidade e incumprimento dos mais elementares princípios éticos quando não da lei, produziu nas últimas décadas uma verdadeira família que, à sombra dos aparelhos partidários e através de percursos políticos, se movimentam num tráfego intenso entre entidades e empresas públicas e entidades privadas, envolvendo-se frequentemente em negócios que insultam os cidadãos.
Esta família alargada envolve gente de vários quadrantes sociais e políticos com uma característica comum, os negócios obscuros, e tem membros destacados como Oliveira e Costa, Jardim Gonçalves, Dias Loureiro, Duarte Lima, Isaltino Morais, Penedos, Vara e tantas outras faces mais ou menos ocultas, mais ou menos mediatizadas, mais ou menos discretas na função ou no comportamento.
Acontece ainda e isto tem efeitos devastadores, que muitos dos negócios que esta família vai realizando, envolvendo com frequência dinheiros públicos e com pesados encargos para os contribuintes.
Entretanto, do outro lado desta família que se protege e apoia, com a cooperação estratégica de um sistema de justiça forte com os fracos e fraca com os fortes, temos milhões de portugueses em situações de pobreza e exclusão e a esmagadora maioria da população esmagada por políticas de austeridade que sacrificam a dignidade e ameaçam a sobrevivência.
Todos os membros desta família, quando questionados sobre os seus negócios ou envolvimento em algo, afirmam, invariavelmente que tudo é feito tudo dentro da lei, nada de incorrecto e, portanto, estão sempre de consciência tranquila.
Alguém poderia explicar a esta gente que, primeiro, não somos parvos e, segundo, o que quer dizer consciência.
Esta é a pantanosa pátria, nossa amada.
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