"Autismo obriga famílias a gastar o dobro do que recebem em apoios sociais"
Lamentavelmente, existem matérias que exigem permanente atenção, divulgação e reflexão. A forma como no âmbito da decisão política, em diversos sectores, designadamente educação, saúde e segurança social, não estão a ser acautelados os direitos dos alunos com necessidades especiais a uma educação e resposta global de qualidade, inclusiva e que responda às suas necessidades, é uma dessas matérias.
Na verdade, as crianças com necessidades educativas
especiais, as suas famílias e os professores e técnicos, especializados ou do
ensino regular conhecem, sobretudo sentem, um conjunto enorme de dificuldades
para, no fundo, garantir não mais do que algo básico e garantido
constitucionalmente, o direito à educação e apoios adequados e, tanto quanto possível, junto das
crianças da mesma faixa etária. É assim que as comunidades estão organizadas,
não representa nada de extraordinário e muito menos um privilégio.
Como é evidente, em situações de dificuldade económica, as
minorias, são sempre mais vulneráveis, falta-lhes voz.
No fundo, este estudo sobre as dificuldades das famílias de
crianças e jovens com Perturbações do Espectro do Autismo é "apenas” mais
um grito, entre muitos, que exprime a indignação destas crianças e
famílias que vêem os seus direitos atropelados por quem deveria ser o garante
do seu cumprimento.
Como sempre afirmo, os níveis de desenvolvimento das
comunidades também se aferem pela forma como cuidam das minorias.
Lamentavelmente, estamos num tempo em que desenvolvimento se
confunde com mercados bem sucedidos, com cortes nos recursos necessários e na
normalização dos miúdos, mesmo dos miúdos especiais.
Sem comentários:
Enviar um comentário