"Matemática e Português vão ser provas de ingresso no superior para futuros professores"
Como tinha sido anunciado e na
senda da profissão de fé do Ministro Nuno Crato nos exames como a poção mágica
que promove qualidade, os candidatos a professores do ensino básico terão de
realizar exames em Português e Matemática para ingressar no ensino superior. O MEC afirma que estes exames visam garantir a "a sólida formação" dos futuros professores. A sério?! Será que alguém acredita mesmo neste efeito?
Como salienta o Presidente do
Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, nenhum estudo
sustenta que esta prova à entrada seja o garante da qualidade da formação à
saída.
Sendo certo que importa promover
a qualidade da formação de professores, a regulação dessa qualidade deve
assentar no período da formação e não no seu acesso com um exame a Português e
Matemática. A qualidade da formação dos docentes regula-se através dos planos e
conteúdos curriculares, da qualificação dos corpos docentes das instituições de
formação, das metodologias de formação utilizadas, entre outras dimensões.
À semelhança do que existe noutros
países e em Portugal já tivemos, poderá instituir-se como forma de acesso à
profissão, à carreira, não no acesso à formação, um dispositivo como um ano
probatório, experimental, etc., durante o qual se possam avaliar as
competências e capacidades para o exercício da docência.
Um dispositivo desta natureza
pode, de facto, ser um contributo para promover a qualidade e preparação de
quem se propõe iniciar a sua carreira de professor.
A realização de um exame de Português
e Matemática para definir a entrada na formação de professores do Ensino Básico é uma peça
avulsa, sem sustentação que não seja a
convicção misteriosa que o Professor Nuno Crato expressa recorrentemente de que
se medir muitas vezes a febre, a febre acabará por baixar.
Não é verdade.
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