As noites eleitorais têm uma liturgia própria que desta vez é potenciada pelas circunstâncias de alguma incerteza e dificuldades.
Um dos aspectos sempre presentes, é o enorme elenco de opinadores que todas as televisões teimam em juntar para, no meio da chuva de resultados, nos explicarem os resultados e as suas doutas interpretações. Destes opinadores têm sobressaído nos últimos anos os politólogos, os eternos opinadodores tudólogos, os que sabem e falam de tudo, permanecem os opinadores com cartão partidário e surge uma gama nova, como José Eduardo Moniz ou Emídio Rangel cujo currículo nesta matérias os identifica como palpitólogos e que correm atrás das suas agendas pessoais.
Deve ser a isto que chamam “elenco de luxo”.
Lamento, mas boa parte desta gente não tem qualquer coisa de relevante a dizer para além do óbvio e da cartilha pessoal, quase sempre, também, partidária.
Em Portugal, confunde-se de forma frequente comentar em espaço público com dizer “umas coisas” sobre um qualquer assunto que esteja na agenda. Comentar em espaço público e acrescentar massa crítica à análise da realidade pressupõe conhecimento e estudo que muitos dos opinadores não têm sobre muitos dos assuntos de que falam.
De forma despudorada emitem com ar sério opiniões travestidas de análise e que entendem como saber, muitas vezes tudo isto servido por um enorme umbiguismo.
Estranhamente, boa parte da comunicação social, num enjeitar das responsabilidades que lhe cabem, não prescinde desta fauna e disputam a sua presença.
Que cansaço.
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