Como não podia deixar de ser, no day after ainda algumas notas sobre as eleições, ou melhor, sobre o resultado das eleições. Se fosse um politólogo, comentador, opinador, palpitólogo, ensaísta, jurista ou outra figura qualquer com lugar cativo na comunicação social, incluindo até jornalistas grupo, cada vez mais pequeno e com menos figuras de relevo, sentiria a responsabilidade de dizer qualquer coisa de inteligente, oportuno e pertinente para além da genialidade implícita.
Felizmente, daqui deste canto, posso apenas contar uma história pequenina.
"Era uma vez, em que lá naquela terra onde acontecem coisas, foi decidido que as pessoas escolhessem quem devia mandar lá na terra. Os que estavam a mandar, queriam continuar e uns que não estavam a mandar queriam mandar, nem que se juntassem para ser mais do que os outros que eram maus.
Combinaram um dia para fazer a escolha e aconteceu o que se estava à espera. Os que estavam a mandar não ganharam e o queria mandar mais ganhou e vai juntar-se com outro que também queria mandar para, assim, mandarem ainda mais. É curioso que quase metade das pessoas lá daquela terra que podem escolher quem mandam, não disseram quem queriam que mandasse.
É claro que quem ganhou ficou muito contente e quem perdeu ficou triste. É sempre assim nas histórias.
Agora, os que ganharam vão juntar-se e escolher quem vai mandar. Vai ser complicado porque há sempre muitas pessoas que querem mandar e as cadeiras onde se sentam para mandar não vão chegar para todos.
Mas foi assim, aqueles que, alguns, diziam que eram maus, perderam e aqueles que, alguns, diziam que eram bons ganharam, como deve ser nas histórias.
E agora vão todos viver felizes, os que ganharam, é claro. Quase todos os que escolheram quem manda e os outros que não escolheram ninguém vão continuar a ser muito infelizes. As histórias, como sabem, nunca acabam bem para toda a gente."
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