É certo que vivemos naquela terra onde acontecem coisas pelo que a capacidade de ficar perplexo é inesgotável.
Metade do sangue que os cidadãos doam em Portugal é incinerado porque falta equipamento que permita processar plasma ou, em alternativa, trocar este produto por medicamentos derivados. Curiosamente, a imprescindível importação destes produtos custa cerca de 70 milhões de euros por ano. Não é fácil perceber porque não se justifica a aquisição do equipamento.
É difícil acreditar como a incompetência impune permite que situações destas se verifiquem quando são conhecidas as dificuldades que muitas vezes se colocam relativamente aos stocks de sangue disponíveis nas unidades hospitalares.
Como é evidente e habitual entre nós, ninguém será responsável técnica ou politicamente por esta situação.
Não sendo por coincidência hoje lançam-se apelos aos cidadãos para que possam doar sangue. Legitimamente podemos interrogarmo-nos para quê, se metade vai para o lixo.
E assim se cumpre Portugal.
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