Normalmente funciona assim. Depois da tragédia os problemas que a envolvem entram na agenda até serem substituídos por outros ligados a nova tragédia. É a espuma dos dias.
O JN traz hoje para primeira página o caso de mais um idoso que morreu em casa, só, sem que ninguém desse por isso.
Não sou, não quero ser, especialista nestas matérias mas creio que muitas destas pessoas morrem de sozinhismo, a doença que ataca os que vivem sós e perderam o amparo. pessoas terão morrido de solidão e não de outras causas que possam vir a figurar nas certidões. Quem não vive só mais facilmente resiste às mazelas que a idade trás quase sempre. As pessoas são, espera-se, fonte de saúde e calor. E este universo, as pessoas velhas que vivem só e em isolamento tende a alargar-se. Segundo dados relativos a Lisboa, verifica-se uma "realidade de total isolamento diário para 59 por cento da população que reside sozinha, evidenciando um risco de solidão”.
Esta é que é verdadeiramente a causa de morte de muitos idosos. Por isso e como sempre, para além das necessárias políticas sociais emergentes do estado e das instituições privadas de solidariedade impõe-se a percepção pelas comunidades, designadamente pelas famílias, do drama da solidão e isolamento.
É, também, uma questão de redes sociais, a sério.
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