terça-feira, 21 de junho de 2011

COMBATE AO DESPERDÍCIO. Like

Uma vez que me converti (pouco) ao Facebook comento assim a informação sublinhada pelo Público de que o novo governo já não substituirá os governadores civis, inscrevendo esta decisão na sua intenção de reforma da organização da administração do estado. Em actualização sabe-se que após a apresentação da demissão dos governadores civis o governo entendeu não os substituir até ao anunciado processo de extinção.
Como é óbvio, esta medida é quase irrelevante do ponto de vista orçamental sendo, isso sim, um sinal de que podem verificar-se mudanças.
No entanto, aqui entra algum do meu cepticismo, as mudanças mais profundas são, naturalmente, mais difíceis de produzir mas bastante mais necessárias. Algumas notas.
Todos reconhecemos a existência de uma teia de entidades e organismos inúteis e dispensáveis que apenas existem para alimentar as clientelas partidárias, de todos os partidos que chegaram ao governo. Sempre que se verificam auditorias e inspecções a diferentes serviços e organismos da administração local ou central, emergem níveis assustadores de ineficácia e desperdício no funcionamento e gestão dessas estruturas. Lamentavelmente, como todos sabemos, não é um problema novo nem conjuntural, é velho e estrutural. A grande questão é a irresponsabilidade e a impunidade negligente com que as sucessivas lideranças políticas têm lidado com esta questão. Os interesses partidários, a distribuição de jobs pelos diferentes boys prevalecem em detrimento do bem comum..
No actual quadro de crise pode acontecer, vou ser optimista, que finalmente se verifique um empenho verdadeiro no combate ao desperdício que é um dos mais gigantescos sugadouros de recursos, praticamente um poço sem fundo. Chamo, no entanto, a atenção para as diferentes áreas de desperdício. A título de exemplo, considere-se o tempo, um bem de primeira necessidade, que se desperdiça em inutilidades, por má gestão ou organização, que se dedica a discussões estéreis e ruidosas seja em reuniões improdutivas ou em debates inconclusivos por incompetência, demagogia ou intenção.
Considere-se ainda o desperdício de competências e de pessoas que, por falta de oportunidade ou de políticas ajustadas, públicas ou privadas, são completamente subaproveitadas.
Lembro-me também de algo a que costumo chamar de “agitação improdutiva” que envolve muitíssimas situações de pessoas que aos mais diversos níveis e em diferentes circunstâncias se empenham, se esforçam, mas com baixos níveis de qualidade e rentabilidade por má gestão ou organização penalizadora das pessoas e das instituições.
Enfim, são múltiplos os exemplos de desperdício e são ainda mais e mais graves as consequências desta espécie de cultura instalada.
Que não é nada fácil de mudar, serve a demasiados interesses.

1 comentário:

Anónimo disse...

A seguir aos Governos Civis, deviam "marchar" também os ACES ou agrupamentos de centros de saúde que não servem para nada. Serviram para o PS colocar boys e girls que estão a servir como comissários políticos do partido, na saúde. Cada ACES tem 1 director executico, 1 director clínico e mais dois vogais, a ganhar pipas de massa, sem fazer nenhum. Só a assinar papeis e a ir a reuniões pelo país fora, de onde não saem quaisquer conclusões e onde apenas se gastam ajudas de custo, gasolina e se pagam horas extraordinárias aos motoristas.

A tendência é que os centros de saúde mais dia menos dia sejam unidades de saúde familiar, com uma gestão própria e não haverá necessidade de serem agrupadas só para meia dúzia de médicos finórios terem tacho e fugirem da sua função de médicos de família.

Acabame com as direcções dos ACES e ponham esses médicos todos a trabalhar.