quarta-feira, 22 de junho de 2011

A HISTÓRIA DO CULPADO

Era uma vez um rapaz chamado Culpado. É um nome um bocado estranho e na verdade ninguém sabia se ele se chamava mesmo Culpado, mas toda a gente o tratava assim.
Os colegas na escola não tinham grandes dúvidas que se alguma coisa acontecesse e não se soubesse exactamente quem tinha feito tal coisa, só podia mesmo ser o Culpado.
Com o tempo também os professores foram entendendo que o Culpado seria o responsável por tudo o que de menos bom acontecia na escola. Logo que não percebessem com clareza quem teria sido o autor ou autora concluíam, claro, que teria de ser o Culpado.
Os pais do Culpado, embora de início achassem que o seu filho não poderia ser o causador de todos os problemas que se passavam na escola, acabaram também por se convencer que o Culpado estava sempre envolvido nesses problemas.
Como é evidente, as pessoas não tinham outra alternativa. Entre um Francisco, uma Maria e um Culpado quem poderia ser o responsável por qualquer asneira?
O Culpado é claro. Por isso é tão importante que exista sempre um Culpado. Fica tudo muito mais fácil.
Para nós, os Franciscos e as Marias, é claro.

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