Depois da celeuma levantada pela insustentável decisão de atribuir nota 10, portanto sucesso ainda que mínimo, a alunos que procederam de forma fraudulenta no exame no curso para magistrado parece agora que o mesmo vai ser repetido numa decisão que, apesar de tudo, parece curta.
Em primeiro lugar, convém não esquecermos que se trata de alunos a frequentar o curso para magistrados no Centro de Estudos Judiciários. Como se costuma dizer, "à mulher de César, não basta sê-lo, tem que parecê-lo", ou seja a formação de um magistrado não poderia ficar contaminada por um processo de fraude que envolveu mais de uma centena de alunos e que, por alegadas razões logísticas, não seria repetido, premiando com 10 o "esquema". A decisão vem tarde mas era a que, no mínimo, se impunha, repete-se o exame, embora, insisto, me pareça ligeira no alcance.
A segunda nota, para mim mais preocupante, é admitir que se a situação não tem sido escrutinada pela imprensa e, portanto, muito exposta e discutida, os responsáveis pela formação dos magistrados que nós cidadãos esperamos que venham a administrar a justiça e em quem não podemos deixar de confiar, achariam que a situação poderia ter sido da maneira que em primeira instância foi, "é uma chatice mas não dá para fazer de novo o exame, dá-se dez a todos", o que me parece verdadeiramente escandaloso.
Provavelmente é disparate, mas também julgo que se impunha uma tomada de posição do grupo enorme dos formandos envolvidos que alegremente aceitariam, parece, levar dez num exame em que terão copiado.
Como certamente existirão disciplinas sobre ética no curso do CEJ talvez tenha acontecido que também neste exame os formandos tenham copiado e, como tal, não sabem muito bem do que se trata.
Como tal, também os conhecimentos sobre ética deveriam ser reexaminados.
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