sábado, 18 de junho de 2011

UM CASO DE SERIEDADE INTELECTUAL. Merece registo

A constituição de um governo, como todos os processos deste tipo, tem uma dimensão “double face”, ou seja, é tão interessante saber quem vão ser as novas caras do poder como conhecer aqueles que recusaram ser as novas caras do poder.
Relativamente aos que entraram vamos esperar para ver os programas.
A minha nota remete para a informação, segundo o Expresso e também veiculada pelo Público, de que Paulo Rangel teria alegadamente recusado a pasta da Educação embora pudesse estar disponível para a Justiça ou Administração Interna.
O que me merece realce é que a recusa radica no facto de que Paulo Rangel entende desconhecer a área.
Uma primeira nota para sublinhar o facto de num país em que os políticos se afirmam como verdadeiros tudólogos levando a que a apetência pelo poder promova “pára-quedistas”, verdadeiros erros de casting, ocupando funções para as quais são profundamente ignorantes, um político ter a seriedade intelectual de recusar uma função por entender não se sentir conhecedor merece registo, apesar de que tal atitude deveria ser um comportamento normal, não se deve dar passos maior do que as pernas, como diz o povo.
Uma segunda nota para o facto desta situação se passar na área da educação. Em Portugal se existe universo sobre o qual toda a gente opina é a educação. Não existe jurista, economistas, historiador, sociólogo, ensaísta, politólogo, opinador profissional, etc. que não “saiba” sobre educação. Entre nós a educação não é matéria de saber, é matéria de opinião, ou mais frequentemente, dizer umas coisas.
Neste cenário, quero registar com muito agrado a posição de seriedade assumida por Paulo Rangel.

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