Era uma vez um Rapaz que não se saía bem, quase nunca se saía bem. Dito assim parece esquisito, a ver se vos explico.
Desde o início da vida do Rapaz foi crescendo dentro de si, por muitas razões, uma enorme falta de confiança nele próprio e na capacidade de fazer as coisas bem feitas. De tal forma essa falta de confiança tomou conta do Rapaz, que ele ganhou até medo de aprender, é que quando as pessoas estão a aprender torna-se ainda mais difícil fazer logo bem o que quer que seja, por isso estão a aprender.
Ao longo do tempo, o Rapaz, com a secreta esperança, sempre adiada, de que finalmente iria fazer algo como se esperava, sempre que acabava qualquer tarefa ou realizava alguma intervenção o Rapaz perguntava invariavelmente a quem estava por perto, colegas, amigos, pais ou professores, "Saí-me bem?"
Mas para sua decepção, a resposta, quando havia resposta, era também invariavelmente qualquer coisa como, "Não Rapaz, não te saíste bem".
Um dia o Rapaz deixou de perguntar.
Saiu-se mal de vez. Ninguém soube mais dele, passou a ser uma lembrança, a do Rapaz que perguntava sempre se se tinha saído bem.
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