Ao que li no Expresso, o Dr. Miguel Sousa Tavares, um dos mais destacados tudólogos e opinadores portugueses afirmou que "A sociedade portuguesa não está preparada para o debate sobre a eutanásia".
A afirmação foi proferida numa das suas muitas cátedras, a SIC, e vem na linha dos seus múltiplos e inesgotáveis conhecimentos sobre qualquer tema ou área científica incluindo o futebol.
Pois entende o Sr. Dr. que o indigenato, como habitualmente refere de forma erudita e elegante uma outra destacada figura do comentarismo português, Vasco Pulido Valente, não saberá por manifesto atraso discutir tal questão sobre a qual, aliás e como sempre, é possuidor de vasto conhecimento.
Como quase sempre acontece creio que está implícito em muitas opiniões desta natureza que o atrasado povo português é considerado "não preparado" para ter ideias quando se corre risco de que o indigenato não tenha a mesma ideia do grande e preparadíssimo educador que assim opina.
Na verdade, passa-se à condição de povo esclarecido e preparado quando se pensa de acordo com o que desejam estas eruditas figuras.
Eu sei que é um bocadinho demagógico mas ainda sou do tempo em que se achava que o atrasado povo português não estava preparado para a democracia pelo que seria mais sensato esperar que o estivesse para então poder aceder a esse patamar de organização política só adequado a povos evoluídos.
Na verdade já não há saco para tanta arrogância que, no caso de Miguel Sousa Tavares quando fala de educação, mascara uma adiantada ignorância.
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