De há uns tempos para cá tem-se
verificado uma espécie de inundação da comunicação social por uma nuvem de opinadores
e comentadores das mais variadas origens e sendo mais ou menos conhecidos. É
verdade que existem os “do costume”, os que sempre tiveram tempo de antena,
Marcelo Rebelo de Sousa é o expoente máximo da arte, mas surgiram muitíssimos
outros. Eu próprio acabei por ser convidado a emprestar um contributo regular
dentro da minha área.
Sobre todas as matérias que
constituem ou podem constituir a agenda temos assim opiniões e explicações para
todos os gostos e paladares. Temos até, frequentemente, opiniões e explicações
que dizem nada, não acrescentam nada, são ruído, desinformação ou cumprem
outras agendas que não a informação. Esta gente integra inúmeros “painéis de
comentadores” que de uma forma conclusiva, definitiva, sem qualquer espécie de dúvida, iluminam o que devemos todos pensar sobre o que quer que esteja em discussão.
Refiro-me aos tudólogos,
isso mesmo, os que sabem de tudo. É vê-los a emitir os seus "achismos"
ou numa variante semântica também frequente os seus "Para mim..." por
todo o lado onde apareça um microfone, uma câmara ou uma página de jornal ou
revista.
O espectáculo é, por vezes,
arrasador para a auto-estima de um cidadão que ao longo de uma laboriosa vida
de estudo e reflexão procura conhecer uma qualquer área do saber. Eles, sempre
os mesmos, falam, "acham", sobre não importa o quê, saúde, política
(externa ou interna), educação, economia, arte, etc. (uff!!). Estranhamente,
por vezes, aparecem também acompanhados por pessoas de facto conhecedoras das
áreas em discussão e de quem esperam, ou arrogantemente exigem, a caução da sua
óbvia ignorância mascarada de "opinião esclarecida".
Curiosamente, a comunicação
social ou, para ser justo, parte dela também mal preparada deleitando-se com a
exibição despudorada de um umbigo tão grande quanto a ignorância, subscreve e
amplia as maiores banalidades ou disparates que, diletantemente, os tudólogos
emitem.
Atentem nessas figuras e vejam se
conseguem identificá-las.
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