quinta-feira, 3 de março de 2016

ARRANJA-ME UM EMPREGO

A ex-ministra das Finanças integrará a administração da Arrow, a partir do próximo dia 7 de Março. A empresa está envolvida na avaliação de activos tóxicos do banco (Banif). A ministra nega qualquer "incompatibilidade" e não deixa o Parlamento
O despudor, a sem-vergonhice com que esta gente se comporta parece manter a infinita capacidade nos surpreender. Repito-me face ao que afirmei ontem a propósito do triste episódio da substituição da presidência do CCB por parte do Ministro João Soares.
Como sempre nestas ocasiões e de acordo com o “script” clássico, os envolvidos dizem que estão de “consciência tranquila” ou em modo Maria Luís Albuquerque, " nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal" existe nesta situação. Acredito que tal possa acontecer pois para este pessoal “consciência”, “incompatibilidade”, “ética”, não significam certamente o mesmo que para a maioria das pessoas.
É por demais evidente que para boa parte desta gente, legalidade, transparência, ética ou minudências como pagar contribuições, impostos, cumprir as exigências legais, etc., são “contos para crianças”, coisas, por assim dizer, para “tótós”, nós.
Tecnoformices, relvices, varices, loureirices, salgadices, marquesmendices, amigos mecenas, negócios manhosos e corrupção, tráfico de influências e amiguismo, utilização criteriosa dos alçapões de uma justiça criteriosamente desenhados para efeitos de protecção dos seus interesses e outras habilidades da mesma natureza são ferramentas diariamente usadas por esta família alargada e diversa que há décadas ocupou um largo espectro do nosso contexto político, social e económico.
Cambada de artistas, nem as moscas, às vezes, variam.
São assim as contas da partidocracia. Em alternância pois claro. Sem alternativa, evidentemente.

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