O despudor, a sem-vergonhice com
que esta gente se comporta parece manter a infinita capacidade nos surpreender.
Repito-me face ao que afirmei ontem a propósito do triste episódio da substituição da presidência do CCB por parte do Ministro João Soares.
Como sempre nestas ocasiões e de
acordo com o “script” clássico, os envolvidos dizem que estão de “consciência
tranquila” ou em modo Maria Luís Albuquerque, " nenhuma incompatibilidade
ou impedimento legal" existe nesta situação. Acredito que tal possa
acontecer pois para este pessoal “consciência”, “incompatibilidade”, “ética”,
não significam certamente o mesmo que para a maioria das pessoas.
É por demais evidente que para
boa parte desta gente, legalidade, transparência, ética ou minudências como
pagar contribuições, impostos, cumprir as exigências legais, etc., são “contos
para crianças”, coisas, por assim dizer, para “tótós”, nós.
Tecnoformices, relvices, varices,
loureirices, salgadices, marquesmendices, amigos mecenas, negócios manhosos e
corrupção, tráfico de influências e amiguismo, utilização criteriosa dos
alçapões de uma justiça criteriosamente desenhados para efeitos de protecção
dos seus interesses e outras habilidades da mesma natureza são ferramentas
diariamente usadas por esta família alargada e diversa que há décadas ocupou um
largo espectro do nosso contexto político, social e económico.
Cambada de artistas, nem as
moscas, às vezes, variam.
São assim as contas da
partidocracia. Em alternância pois claro. Sem alternativa, evidentemente.
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