No Observador encontra-se um
trabalho elucidativo do mudo pouco conhecido do emprego nos “call centers”. As
condições de trabalho e a indignidade no tratamento das pessoas que vão
sendo conhecidas serão um exemplo bem claro do que alguns entendem como “flexibilização”
das relações de trabalho, “competitividade” e “produtividade”. Mostram o quanto para alguma gente as pessoas são activos descartáveis
Confesso que o que o que se vai
conhecendo do mundo do trabalho nos “call centers”o conhecimento deste mundo me
tem levado a ter uma atitude diferente, mais paciente e tranquila com quem me
aparece do outro lado da linha em múltiplas circunstâncias. Algumas vezes
invento uma paciência e tolerância que não me apetecem.
A este propósito um texto antigo.
Nome: Um Número
Idade: 32
Habilitações Académicas: Licenciatura em Gestão Integrada de
Contextos Profissionais; Pós-graduação em Promoção de Oportunidades
Morada: Casa dos pais
Profissão: Procurador de emprego
Experiência profissional: Funcionário de Call-center em variados
contextos de operação; Experiência de Empregado de Balcão em grandes
superfícies comerciais
Competências adquiridas: Elaboração diversificada de currículos;
Ocupação criativa dos tempos de espera
em filas do Centro de Emprego; Preparação de entrevistas de emprego; Técnicas
de sobrevivência e adaptação a contextos profissionais de exploração e sem
dignidade; técnicas de sobrevivência económica
Projecto a curto prazo: Encontrar alguma forma de subsistência que
não a generosidade familiar
Projecto a médio prazo: Um trabalho na área de qualificação
Projecto a longo prazo: A dignidade de uma vida decente
Projecto quase perdido: Esperança
Sem comentários:
Enviar um comentário