Uma das questões que está
associada à relação dos alunos com a escola é a percepção que estes têm da
ligação entre a escola, a vida da escola e os conteúdos das actividades
escolares com a vida “fora da escola”. Por outro lado, durante muito tempo e de
formas mais ou menos positivas, mais ou menos bem-sucedidas entendia-se que a educação
é mais que actividade escolar em sala de aula centrada no estrito cumprimento dos
conteúdos curriculares ainda que estes procurassem envolver o “fora da escola”
Neste sentido e de várias formas
a escola sempre tem procurado manter essa ligação quer no âmbito de actividades
inscritas nos conteúdos curriculares quer em projectos diversificados.
No entanto, os últimos anos de
política educativa foram caracterizados por recentração excessiva e preocupante
na “disciplinas estruturantes”, nos conteúdos “essenciais”, nos saberes “instrumentais”,
os que servem para algo e subvalorizou-se uma enorme gama de conteúdos que são,
também eles, essenciais para a formação global das pessoas. Refiro, por
exemplo, todas as áreas relativas à formação pessoal, à formação social e cívica,
às expressões, à actividade física e ao desporto, etc.
A ideia de educação parece ter
vindo a ser substituída pela ideia “única” de aprendizagem como se o fim último
do trajecto educativo fosse a qualificação e não a formação de pessoas de que a
qualificação é uma das dimensões.
Muitas vezes tenho referido esta
inquietação.
Serve esta introdução par referir
a iniciativa a que muitas escolas estão a aderir de envolver os alunos num
olhar e na percepção do que é ser um refugiado, do drama de fugir de um inferno
em que se transformou, transformaram a sua vida, e na tragédia que isso
representa. As actividades desenvolver-se-ão no dia 6 de Abril.
Julgo que se trata de uma boa
iniciativa e um bom serviço prestado à educação.
A experiência e os estudos
mostram que o olhar e as atitudes dos mais novos são inspiradores de mudança, incluindo
nos comportamentos e atitudes dos mais velhos o que se tem verificado em várias situações de que pa preocupação com as questões ambientais é um exmplo claro. Seria bom que tal também
acontecesse com este drama, basta atentar nos discursos e comportamentos de
tanta gente em tantos países e na vergonhosa resposta europeia decorrente da
mediocridade da maioria das suas lideranças.
Mandela dizia que a educação é a
arma mais forte que temos para mudar o mundo.
Adaptando o enunciado de
Sebastião da Gama também poderemos afirmar “pela educação é que vamos”.
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